Téo anuncia poucas novidades na sua equipe

Ao anunciar ontem os primeiros nomes de sua equipe, o governador eleito Teotonio Vilela Filho (PSDB) não apresentou praticamente nenhuma surpresa. A maioria dos nomes anunciados já eram esperados no meio político e na imprensa, ou seja, novidade nenhuma.

Nomes como Sérgio Moreira, no Planejamento, Fernanda Vilela, na Secretaria da Fazenda e Luiz Otávio Gomes, no Desenvolvimento Econômico, eram dados como praticamente certo. A redução no número de secretarias e órgãos com status de secretaria também já estava definido.

O fato do governo de Alagoas dispor de 46 secretarias sempre foi motivo de críticas quando comparado com estados como São Paulo e Minas Gerais, que possuem uma máquina administrativa maior do que a do nosso Estado. Essa pode ter sido uma decisão válida, mas é bom esperar e ver o que realmente trará de economia ou de eficiência para a máquina pública.

A maioria dos críticos acusava o ex-governador Ronaldo Lessa de ter inchado a máquina apenas para acomodar ou dar emprego aos que viviam mais próximos dentre seu círculo de amizades, ou seja, transformado o Estado em “cabide de emprego”. Mas algumas secretarias criadas no governo Lessa tinham um foco determinado, como as da Mulher, de Defesa das Minorias, da Cidadania e dos Direitos Humanos. Visavam aproximar mais o governo da sociedade.

Ao definir que manterá como secretarias apenas as pastas da Fazenda; Planejamento; Cultura; Turismo; Ciência e Tecnologia; Emprego e Renda; Assistência Social; Saúde; Educação; Meio Ambiente; Agricultura; Defesa Social; Administração; Infra-Estrutura; Desenvolvimento Econômico; Mulher e da Comunicação, o governador eleito mostra como será a cara de seu governo. As demais serão incorporadas ou transformadas em diretorias e superintendências.

Mas voltando à equipe do governador Teotonio Vilela, dos nomes revelados na coletiva de terça-feira na Associação Comercial, a única surpresa foi a importação do secretário de Turismo. Para ocupar a pasta foi anunciado o nome de Virgínio Loureiro, ex-presidente da Bahiatursa e da Emtursa, empresas que cuidam do turismo oficial do governo da Bahia e da capital Salvador. Seu nome foi indicado pelo trade alagoano.

Ao anunciar a irmã Fernanda Vilela para a pasta da Fazenda, Sérgio Moreira, para o Planejamento e Álvaro Machado, no Gabinete Civil, Téo manteve no núcleo mais próximo a ele exatamente aqueles que vinham fazendo parte da equipe de transição entre o governo que está por sair e o novo que assume em 1º de janeiro. Fernanda, Moreira e Machado têm hoje praticamente um panorama de como o novo governador encontrará o Estado a partir de 1º de janeiro.

Em relação aos outros nomes, André Varjas (Administração), Osvaldo Viégas (Ciência e Tecnologia), Luiz Otávio Gomes (Desenvolvimento Econômico), general Sá Rocha (Defesa Social), Mário Jorge Uchoa (Advocacia Geral), poucas também foram as novidades.

O general do Exército Sá Rocha – que já passou pelo comando da PM de Alagoas no governo Bulhões – era o nome da preferência de Téo Vilela há muito tempo. Foi apenas confirmado para vir gerir a cúpula da segurança pública de Alagoas, hoje um dos setores mais vulneráveis na estrutura de governo, principalmente pelo crescente número de atos violentos registrados no Estado nos últimos meses.

PMDB

Para o PMDB do senador Renan Calheiros, o governador eleito reservou três pastas consideradas das mais importantes: Saúde, Educação e Infra-Estrutura. Comenta-se que as indicações dos nomes do PMDB para compor o governo foram feitas de forma dividida entre o senador Renan, o deputado federal Olavo Calheiros e o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa.

A Renan teria cabido indicar o secretário de Educação, neste caso Fábio Farias. Olavo teria feito a indicação de Adeilson Bezerra, ex-superintendente da CBTU em Alagoas e presidente do diretório do partido em Maceió para a pasta da Infra-Estrutura, enquanto Barbosa teria indicado o nome do médico arapiraquense André Valente, para comandar a Saúde.

André Valente tem por volta de 40 anos, é otorrino e atua no Centro de Reabilitação da Prefeitura de Arapiraca que trabalha com deficientes auditivos. Foi responsável pela implantação do programa de distribuição de próteses auditivas em Arapiraca, que hoje é uma referência em todo o Estado. Seu nome para comandar a saúde foi visto com surpresa pela imprensa que acompanhou a coletiva de Téo.

Quanto aos demais partidos que apoiaram sua candidatura, ainda não está definido o que caberá a cada um na estrutura de governo. Durante na coletiva, Téo disse que os principais critérios para escolha dos nomes foram: seriedade, competência, comprometimento com o projeto e a consideração ao povo alagoano, sendo este último o princípio que norteará a conduta de todos os secretários.

Téo que tinha viagem marcada para Portugal, onde vai passar uma semana, pretende anunciar o resto do secretariado até o dia 31 deste mês. Na entrevista, falou que será o servidor público número 1 e que ninguém irá trabalhar mais que o governador. Destacou que foi difícil escolher os nomes porque o Estado dispõe de grandes quadros e que muitos poderiam fazer parte da equipe.

Dos que ficaram fora, Téo disse que pretende ter a colaboração para os projetos que possam gerar o desenvolvimento de Alagoas. Dessa forma, fez um apelo para que aqueles que porventura não tenham sido convocados para compor o secretariado não fiquem chateados ou se sintam alijados do processo e com isso possam se afastar do governo futuro.

Agora é esperar os novos nomes que ainda faltam e torcer para que o governador que toma posse no dia 1º de janeiro possa conduzir os destinos de Alagoas, um estado detentor dos piores índices sociais do País, da melhor forma possível, gerando emprego, renda, saúde, educação, enfim, tudo aquilo a que o cidadão tem direito constitucionalmente para que possa ter uma vida digna.

Aproveitando o ensejo, desejo a todos os leitores um Feliz Natal e um 2007 repleto de realizações, conquistas, felicidade e que Deus proteja a todos.