Durante a semana que passou o País inteiro discutiu e se indignou com a questão do polêmico aumento de 91% nos salários dos parlamentares brasileiros.
Durante a semana que passou o País inteiro discutiu e se indignou com a questão do polêmico aumento de 91% nos salários dos parlamentares brasileiros. A decisão dos deputados federais de equiparar seus salários aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aumentava de R$ 12.800 para R$ 16.500 e iria provocar o impacto de R$ 157 milhões na Câmara dos Deputados, como foi divulgado no jornal Folha de São Paulo.
Depois de muitos protestos e forte pressão popular, o plenário da Câmara decidiu deixar para a próxima legislatura a definição do aumento do salário. Os deputados decidiram adiar as discussões sobre o reajuste para o ano que vem. O STF considerou inconstitucional o reajuste por meio de ato da Mesa Diretora e obrigou o Congresso a votar o aumento nos subsídios dos parlamentares nos plenários da Câmara e do Senado.
Por falta de acordo entre os líderes partidários, que se dividiram sobre o reajuste, a matéria acabou retirada de pauta. Inicialmente, o Senado participou das discussões sobre o reajuste, mas acabou deixando a decisão sobre os salários nas mãos da Câmara.
No cenário de um País onde as desigualdades são tão enormes, a proposta dos parlamentares brasileiros é uma vergonha e traria conseqüências para todos os segmentos da sociedade, visto que o Brasil tem desigualdades sociais alarmantes. Esse aumento teria um efeito cascata, atingindo não só o orçamento federal, mas também de todos os estados e municípios brasileiros, como analisam os especialistas.
O assunto se tornou tão polêmico que foi parar na igreja, nas paróquias de Mato Grosso. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) do Estado orientou seus padres a criticarem, durante as celebrações, o cogitado reajuste. O posicionamento da CNBB ocorreu de acordo com a nota expedida pela entidade. No documento, foi dito que, se aprovada, a medida faria crescer o "fosso entre os legisladores e o povo".
Mas há quem defenda a proposta inicial apresentada pelas mesas das duas casas do Congresso Nacional de equiparar a remuneração dos integrantes do Legislativo com a remuneração dos ministros do STF.
É que os salários dos parlamentares têm sempre uns acréscimos a mais como 14º e 15º salários, entre outras vantagens, que aumentam ainda mais o poder aquisitivo dos nossos parlamentares do Congresso. E segundo os defensores da proposta, a equiparação daria mais transparência aos salários dos parlamentares, “definindo critério explicito e separando-o dos expedientes dos salários paralelos auferidos”.
E enquanto isso, a maioria da população vai sobrevivendo, sem qualidade de vida, sem salário digno, sem condições dignas de trabalho…