Compositor tinha 99 anos e foi internado ontem à noite com glicose elevada. Ele era considerado símbolo das marchinhas de Carnaval.
O compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, de 99 anos, faleceu às 12h05 deste domingo. De acorco com a família, ele passou mal no sábado à noite (23) e foi levado para o hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde deu entrada com a taxa de glicose alta. O velório será neste domingo na Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, e está previsto para começar às 20h. O enterro, no cemitério São João Batista, às 16h, onde a família tem jazigo perpétuo, na segunda-feira (25).
Na manhã deste domingo (24), Braguinha foi encaminhado ao Centro de Tratamento Intensivo (CTI), mas não resistiu a um quadro grave de choque séptico de origem urinária.
Braguinha deixa a mulher, Astréia, de 93 anos, além da filha única, Maria Cecília, três netos e seis bisnetos.
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Braguinha compôs sucessos como "Carinhoso" e "Chiquita Bacana"
A vida só gosta de quem gosta dela, costumava dizer Braguinha. E não há dúvidas de que ela gostava muito do compositor. Símbolo das marchinhas do Carnaval carioca, Carlos Alberto Ferreira Braga, iria completar 100 anos em março de 2007. É dele a autoria de músicas como “Carinhoso”, “Balancê”, “Chiquita Bacana”, “Touradas de Madrid”, “Pastorinhas” e "Copacabana", gravada por Dick Farney.
Também conhecido como João de Barro, Braguinha, estudante de arquitertura, criou o pseudônimo inspirado no pássaro arquiteto porque seu pai não queria o nome da família envolvido com música popular.
A primeira canção foi composta aos 16 anos e chamava-se “Vestidinho Encarnado”. Em 1928 criou um grupo chamado Flor do Tempo, com Henrique Brito, Alvinho, Noel Rosa e Almirante, que no ano seguinte os incentivara a formar o Bando dos Tangarás, que gravou 19 músicas, sendo 15 de Braguinha.
Parte da geração da Era de Ouro do carnaval brasileiro, nos anos 30, teve sua grande consagração carnavalesca em 1984, na inauguração do Sambódromo carioca, desfilando como tema da Mangueira no samba-enredo “Yes, nós temos Braguinha”, em referência à sua famosa “Yes, Nós Temos Bananas”, vencedora da disputa naquele ano.
Compositor também teve relevância no cinema brasileiro
Além da música, Braguinha também teve muita importância no cinema brasileiro. Não só como autor de músicas, mas também como roteirista e assistente de direção em filmes da Cinédia.
Fez ainda dublagem de temas da Disney como “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Pinóquio”, “Dumbo” e “Bambi”. O compositor foi responsável ainda pelo selo Disquinho, que lançou mais de 70 histórias infantis.