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Em três rodadas do Carioca, Ferj lucra dez vezes mais do que os grandes clubes

Na fila da amargura do prejuízo, o Botafogo segue na cola do Vasco entre os grandes.

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O vazio Maracanã na partida entre Flamengo e Barra Mansa, na última semana

A dura realidade do Campeonato Carioca é facilmente desnuda ao se observar com um pouco mais de atenção os borderôs das partidas. Principalmente dos grandes clubes. Vasco e Botafogo, literalmente, pagaram para jogar até agora. Ambos têm saldo negativo nas três rodadas disputadas até agora. Flamengo e Fluminense têm saldo positivo, mas de valores ínfimos. O saldo financeiro dos quatro grandes do Rio até agora é de cerca de R$ 17.817,68. Do outro lado, a Ferj sorri com suas taxas, que lhe renderam aproximadamente um valor dez vezes superior. Isso mesmo. Dez vezes.

De acordo com o site Futdados, os 24 jogos renderam até agora R$ 193 mil à Federação com a cobrança de 10% da renda de bruta de cada partida. Do outro lado, os clubes agonizam financeiramente. O Vasco, presidido por Eurico Miranda, um dos maiores aliados de Rubens Lopes, presidente da Ferj, é o único dos grandes que colecionou desempenhos financeiros negativos em todas as suas três partidas. O prejuízo vascaíno é de exatos R$ 43.589,17.

Na fila da armagura do prejuízo, o Botafogo segue na cola do Vasco entre os grandes. Dos três jogos do clube apenas na reabertura do Engenhão, a vitória de 4 a 0 sobre o Bonsucesso, no último sábado, o clube teve desempenho positivo. Faturou pouco mais de R$ 67 mil da renda bruta de R$ 319.720,00. Os outros dois jogos que deram prejuízo, no entanto, pesam na balança: o saldo do Botafogo no Carioca é negativo, de cerca de R$ 1.400.

O Flamengo, por sua vez, é quem teve o melhor resultado financeiro entre os grandes até agora no Carioca: positivo de R$ 57 mil, já descontadas aí as penhoras. Ainda assim, a quantia é irrisória se comparada aos gastos de uma equipe profissional de futebol da Série A do Brasil. Os três jogos corresponderiam, por exemplo, a apenas um terço de um mês de salário do principal reforço da temporada, o atacante Marcelo Cirino.

O Fluminense foi salvo de ter um saldo negativo graças à sua volta ao Maracanã, na vitória de 2 a 1 sobre o Bangu, domingo. O time colocou no bolso cerca de R$ 65 mil. Mas como tivera prejuízo de R$ 60 mil somadas as partidas contra Friburguense e Nova Iguaçu, o Tricolor das Laranjeiras acena com apenas R$ 5 mil de lucro. Ou 0,5% do salário estimado do artilheiro Fred.

Diante de números tão alarmantes, a Ferj repetiu estratégia de 2014 e passou a "maquiar" os borderôs desde a segunda rodada, incluindo neles as cotas de tv. Num passe de mágica, cada grande recebe, por jogo, R$ 311.333,33. E, no mundo imaginário dos cartolas da Federação do Rio, o saldo passa a ser altamente positivo. O percentual do contrato de tv recebido pela Ferj, no entanto, não consta em nenhum borderô, no entanto. Coisas do futebol carioca.