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Antigamente extrações eram sem anestesia e com as mãos

Esses são alguns detalhes que Paulo Bueno, diretor e curador há 11 anos do IMOSP (Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo), tem para contar sobre a história da odontologia.

Antes de existirem os dentistas e suas especializações em cada área, o tratamento dental era feito de forma amadora e até com certo requinte de tortura. Isso porque não haviam exames para identificar os problemas e tudo era resolvido com a “extração do elemento causador”, sem anestesia e às vezes, com as próprias mãos. Esses são alguns detalhes que Paulo Bueno, diretor e curador há 11 anos do IMOSP (Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo), tem para contar sobre a história da odontologia.
Segundo Paulo, quem fazia o trabalho do dentista,quando ainda nem havia essa profissão, eram os barbeiros. “Os médicos não queriam colocar as mãos na boca das pessoas. Aí acabou sobrando para os barbeiros se aventurarem nesse ramo, uma vez que eles já eram conhecidos por cuidar da cabeça das pessoas, pois cortavam barba e cabelo”, diz o especialista.

Só que, sem os devidos conhecimentos e instrumentos (que em meados de 1840, não existiam), eles realizavam as extrações sem anestesia e na marra. “Se o dente doía, eles entendiam que era uma infecção que precisava de extração. Não sabiam dizer nem que tipo de infecção era e nem conheciam outra forma de curá-la. Na hora de retirar o dente, eles chegavam a estourar a boca da pessoa com instrumentos improvisados e até quebravam outros dentes sadios, era um horror”, comenta Paulo.

Segundo o especialista, em um período ainda mais antigo, o povo egípcio fazia a extração dos dentes de forma mais cruel. “Na idade antiga, os egípcios treinavam técnicas manuais e sua força para poderem fazer as extrações dentais com as mãos”, diz Paulo.

Evolução
Porém, para a alegria dos pacientes, a odontologia evoluiu bastante com o passar do tempo. A invenção da anestesia injetável local, em meados de 1910 contribuiu, e muito, para que o sofrimento de quem tinha problemas dentais diminuísse durante uma extração ou tratamento. “A partir dos anos 60 a odontologia deu um impulso tremendo. E as responsáveis por isso foram as grandes guerras, que beneficiaram o povo com seus avanços tecnológicos”, diz Paulo.

E até aquela ideia de que qualquer dor de dente deveria ser tratada com a extração do dente, foi mudada. “Essa idéia de sempre se extrair era uma coisa dos médicos. Na época em que me formei, em 62, isso começou a mudar, pois os dentistas começaram a intervir nessas decisões médicas mostrando que era possível tratar o dente sem extraí-lo. Foi aí que os dentistas começaram a ganhar respeito, inclusive dos médicos”, conta.