EBITDA foi de R$ 5,6 bilhões por conta da recuperação das margens internacionais de produtos petroquímicos e pela desvalorização do real
A Braskem, maior petroquímica das Américas e líder mundial na produção de biopolímeros, operou suas centrais petroquímicas a uma taxa de utilização média de 86% em 2014. Esse índice recuou quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior, justificado pelas paradas programadas de manutenção dos crackers de Triunfo (RS) e Mauá (SP) e por restrição de fornecimento de gás no polo de Duque de Caxias (RJ), no primeiro semestre.
A demanda brasileira de resinas (PE, PP e PVC), utilizadas pela indústria de transformação de plástico, atingiu 5,3 milhões de toneladas, um recuo de 1% em relação a 2013. No quarto trimestre de 2014, a queda foi de 5% na comparação com o trimestre anterior, explicada pela sazonalidade normal do fim do ano.
As vendas da Braskem dessas resinas acompanharam a dinâmica do mercado, totalizando 850 mil toneladas no quarto trimestre e 3,6 milhões de toneladas no ano. O melhor desempenho dos setores ligados ao varejo e bens de consumo não compensou a retração dos segmentos relacionados a bens duráveis, como automotivo, linha branca, industrial, além de infraestrutura e construção civil.
No exterior, o desempenho da Braskem foi positivo. As vendas de PP registradas na unidade de negócio Estados Unidos e Europa atingiram 1,9 milhão de toneladas, alta de 4% em relação a 2013. A melhora é explicada pelo bom comportamento dos setores automotivo, industrial e bens de consumo, refletindo a recuperação da economia norte-americana e a discreta reação da economia europeia.
A Braskem alcançou receita líquida de R$ 46 bilhões em 2014, alta de 12%, por conta da depreciação do real, recuperação dos preços das resinas a nível global e pelo maior volume de vendas em sua unidade Estados Unidos e Europa. O EBITDA da Companhia foi de R$ 1,4 bilhão no quarto trimestre e de R$ 5,6 bilhões em 2014. A Braskem fechou o ano com um lucro líquido de R$ 726 milhões. No quarto trimestre, registrou prejuízo de R$ 24 milhões.
Química forte para um Brasil forte
A produção industrial brasileira registrou queda de 3,4% em 2014, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com dados da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), a taxa média de utilização da indústria química brasileira, que ainda ocupa a sexta posição entre as maiores indústrias químicas mundiais, ficou em 79% em 2014, o índice mais baixo dos últimos anos. Contribuiu para esse resultado o aumento no ingresso de químicos importados, que representaram 35,6% do consumo interno.
“Ao mesmo tempo em que são anunciadas importantes medidas de ajuste macroeconômico, é fundamental que simultaneamente o governo federal promova e implemente iniciativas estruturantes a fim de resgatar os fatores de competitividade da indústria brasileira”, diz o presidente da Braskem, Carlos Fadigas. “Essa agenda é primordial se quisermos reverter o processo de desindustrialização brasileiro e estimular o crescimento e a produtividade do setor industrial.”
No fim de fevereiro, vence o aditivo do contrato de fornecimento de nafta da Petrobras. A Braskem segue empenhada nas negociações dos novos termos e condições para a renovação em bases competitivas do seu contrato de fornecimento de longo prazo a fim de remover incertezas e viabilizar novos investimentos no setor químico e petroquímico.