Segundo o que foi veiculado na imprensa, a delação seria uma forma de reduzir a pena, mas o recurso não teria sido oferecido aos quatro militares apontados no processo da Polícia Civil.
O advogado Leonardo de Moraes, que faz a defesa dos quatro militares apontados no inquérito da Polícia Civil como responsáveis pelo assassinato do jovem Davi da Silva, no dia 25 de agosto de 2014, afirmou na manhã desta sexta-feira (20) que nenhuma delação premiada foi oferecida oficialmente pelo Ministério Público Estadual (MPE).
A delação seria uma forma de reduzir a pena em uma possível condenação, mas o advogado ressaltou em entrevista ao Alagoas 24 Horas que o recurso não foi ofertado. “Na realidade aventaram essa possibilidade da deleção premiada durante uma reunião com o MPE, mas nada foi oferecido apenas comentado”, afirma o advogado.
Caso o efeito jurídico fosse oferecido, Leonardo diz que a posição da defesa seria de descartar o recurso, pois seus clientes nada teriam a contribuir nesse sentido. “Conversei um a um com eles e não há o que colaborar, pois eles iriam colaborar com o quê?”, questiona o advogado ao defender que seus clientes não abordaram o jovem como aponta o inquérito policial.
Para reforçar a defesa, o advogado disse que irá oferecer ao MPE uma série de contradições colocadas pela testemunha chave do caso: um outro jovem que teria sido abordado pelos militares no mesmo dia de Davi e liberado logo em seguida.
Os militares Victor Rafael Martins da Silva, Nayara Silva de Andrade, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos e Eudecir Gomes de Lima são apontados pela PC como os responsáveis pelo sumiço do jovem e morte. O inquérito imputa os crimes de sequestro, assassinato e ocultação de cadáver aos quatro.
Uma reunião entre promotores do MPE agendada para o dia de hoje deve decidir se o inquérito da PC será ou não aprovado. Caso o documento seja acatado, o MPE pode solicitar um pedido de prisão imediata dos envolvidos.