Depois de longo processo de seleção, Sandra está entre os 100 finalistas. Grupo reúne pessoas com habilidades diferentes e complementares.
O que levaria uma mulher de 51 anos a embarcar em uma viagem sem volta rumo ao desconhecido?
Sandra é uma professora de Rondônia que está entre as 100 pessoas pré-selecionadas em todo o mundo para uma experiência inédita: formar a primeira colônia de seres humanos no planeta vermelho.
Missão: Uma viagem sem volta para colonizar outro planeta. Destino: Marte, um novo mundo, inexplorado e desconhecido. Distância: 225 milhões de quilômetros. Ano: 2025.
É preciso muita coragem para querer entrar para a história da corrida espacial e conquistar o planeta vermelho. Mais de 200 mil pessoas se candidataram. Apenas 24 serão escolhidas. “Eu fiquei naquela: me candidato, não me candidato. Eu fiquei uns 15 dias sendo atormentada por isso. Eu acordava no meio da noite pensando nisso. Aí eu me inscrevi”, conta a professora Sandra Feliciano.
Depois de um longo processo de seleção, Sandra, uma brasileira, descobriu esta semana que está entre os 100 finalistas. Mas, será que a família aprova? “Uma viagem que não sabe se vai chegar e, se chegar, sabe que não vai voltar, fica meio esquisito”, diz o pai, Anísio Feliciano da Silva. E os amigos? “É bem coisa da Sandra mesmo ir para Marte”, conta a amiga Val Ramos.
A aventura que motiva a professora é chamada de Mars One. O megaprojeto que quer levar humanos para Marte vai ser também um reality show. É um Big Brother espacial. “Isso pode ser alcançado. Vai ser o maior evento de mídia da história”, lembra Gerard Hooft, ganhador do Nobel de Física de 1999.
O financiamento do projeto vem de um fundo criado por várias empresas e tem um custo considerado baixo para uma missão deste porte: US$ 6 bilhões. A primeira equipe a pisar em Marte vai ter a missão de produzir energia, oxigênio e comida. Os coordenadores garantem que o projeto é viável. “Humanos chegarão a Marte. Esse vai ser o próximo grande passo da humanidade, conta o criador do projeto Bas Lansdorf.
Mas, o projeto não é unanimidade. Cientistas do respeitado Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, divulgaram um estudo afirmando que os tripulantes morrerão em poucos meses devido à falta de recursos. Ainda assim, Sandra confia no Mars One.
“Não são pessoas desqualificadas, não são malucos. São pessoas que a vida toda se dedicaram a isso, são cientistas renomados. Eu sou corajosa, mas não suicida. É diferente”, afirma Sandra.
Para diminuir os riscos da viagem, o Fantástico foi atrás de dicas com quem entende do assunto.
Fantástico: Precisa levar um casaquinho, doutor?
Barres de Almeida, astrofísico: Não adianta teria que levar um grande casacão. Aliás, você nunca pode sair do traje de astronauta.
Fantástico: E filtro solar, tem que usar?
Barres de Almeida: Protetor solar é fundamental em Marte.
Fantástico: A água é potável?
Barres de Almeida: A água não deve apresentar grandes surpresas. Não se espera micróbios ou qualquer coisa tóxica.
E, claro, tem que cuidar direitinho das coisas. “O ideal é deixar tudo bem guardadinho e protegido dentro da estação espacial. A vida fora da estação é bastante inóspita, mesmo para uma passeadinha”, conta Barres de Almeida.
Sandra agora está mais perto de participar da conquista do espaço. O foco da professora de Porto Velho é nas próximas etapas do processo, que acaba ainda este ano. Se tudo der certo, ainda vamos ouvir muitas histórias desta brasileira.