Padres de duas cidades paranaenses não cumpriram a regra do celibato e deixaram suas funções nas paróquias
A arquidiocese de Maringá anunciou nessa segunda-feira que dois padres foram suspensos de suas funções após desrespeitarem as regras celibatárias. Os sacerdotes Zenildo Megiatto, 65 anos, e Rildo Luz Ferreira, 35, serão pais nos próximos meses segundo informou a arquidiocese.
“Lamentamos profundamente o ocorrido e, dentro de uma postura de transparência fortalecida com a as ações de abertura do Papa Francisco, o que tenho a dizer é que qualquer eventual erro do nosso clero deverá sempre ser tratado de acordo com as normas do direito canônico. Que neste caso prevê a suspensão imediata do ministério sacerdotal”, disse o arcebispo Dom Abuar Battisti, em comunicado.
Zenildo Megiatto era pároco da paróquia Bom Pastor em Mandaguari e Rildo da Luz Ferreira era pároco da paróquia Bom Jesus em Aquidaban, em Maringá.
Assunto polêmico
Ao comunicar a suspensão em sua página no Facebook, a arquidiocese recebeu apoio e até protesto dos fiéis. "Gostaria que a Igreja discutisse a questão do celibato obrigatório. É uma pena, perder padres porque romperam com o voto de castidade. Quantos anos de ministérios tinham esses irmãos? Quantos anos se dedicaram a suas paróquias? Muito triste", disse a fiel Graça Ribeiro.
Já Diego Tanaka alega que "não há o que se discutir" em relação ao celibato. "Parabéns Dom Anuar pela atitude", completou o fiel André Peron.
Na última quinta-feira, o papa Francisco disse que está refletindo sobre o celibato e a situação de padres casados que celebram missas no rito oriental. "Isso está presente na minha agenda", disse o Pontífice, ao ser questionado sobre o tema durante um encontro com sacerdotes em Roma. Atualmente, padres católicos de rito latino que se casam são automaticamente impedidos de exercerem a comunhão e celebrarem missas. No entanto, sacerdotes de rito oriental podem contrair matrimônio e manter suas funções.
Em maio do ano passado, Francisco afirmou que o celibato não é um dogma da Igreja Católica, ou seja, não é algo indiscutível em uma crença. Mas o Papa ressaltou que "aprecia" essa "regra de vida".