Dez histórias dos dez 'piores' times da Copa do Brasil segundo o Ranking Nacional de Clubes (RNC) da CBF.
Independente (PA), Cabofriense (RJ), Estrela do Norte (ES), River (PI), Maringá (PR), Alecrim (RN), Murici (AL), Capivariano (SP), Amadense (SE) e Piauí (PI). O que esses dez times têm em comum? São os "piores" da Copa do Brasil.
Piores entre aspas mesmo. Afinal, as equipes listadas acima compõem o grupo H da competição, que reúne os piores clubes colocados no Ranking Nacional de Clubes (RNC) da CBF. A organização do torneio separou as equipes em grupos de A a H para o sorteio dos confrontos.
Mesmo sem grande prestígio, todos eles trazem histórias curiosas, e o ESPN.com.br conta um causo de cada time:
Apenas um time pode se orgulhar de já ter contado em seu elenco com um presidente do Brasil. Como se não bastasse, a mesma equipe ainda viu ninguém menos que Garrincha vestir sua camisa. Para a surpresa de todos, o clube em questão não é nenhum multicampeão ou um fenômeno em popularidade, mas sim o modesto Alecrim, do Rio Grande do Norte.
Anos antes de presidir o Brasil entre 1954 e 1955, Café Filho não só participou da fundação do Alecrim como também atuou como goleiro da equipe. A passagem de Garrincha foi mais curta: os torcedores da equipe potiguar puderam ver o camisa 7 em campo em apenas uma partida, um amistoso contra o Sport, que terminou como vencedor.
Demorou. Demorou muito, mas depois de 98 anos a torcida do Estrela do Norte conseguiu soltar o grito de campeão. O time fundado em 1916 conseguiu o título do Campeonato Capixaba de 2014 (que classificou a equipe para a Copa do Brasil), para a festa de 10 mil torcedores que festejaram no estádio do Sumaré.
E tudo isso com um elenco modesto, já que, de acordo com a política da equipe, a folha salarial não pode ultrapassar R$ 80 mil por mês.
Uma das maiores alegrias da história do Murici Futebol Clube durou pouco mais de um mês. Depois de 11 anos de espera, o clube alagoano conseguiu se sagrar campeão estadual em 2010, mas toda a festa acabou depois que diversas enchentes devastaram toda Alagoas e destruíram a sede do clube.
Devido ao estado de calamidade pública, o Murici desistiu de participar da Série D do Campeonato Brasileiro. Até mesmo as lembranças físicas foram, literalmente, por água abaixo, já que o troféu de campeão do torneio se perdeu nos alagamentos.
O Independente Atlético Clube, primeiro time do interior a ser campeão paraense (2011), é uma das grandes atrações de Tucuruí. Mas assistir a jogos do ‘Galo Elétrico’, apelido da equipe, no estádio Navegantão é algo recente para os moradores da cidade.
Até 2009, o time tinha ficava sediado na cidade de Marambaia, mas com o investimento de R$ 90 mil do empresário Deley Santos, mudou-se para Tucuruí. A chegada de uma equipe na cidade foi festejada e, em apenas dois dias, as 180 cotas de sócio-proprietários que foram colocadas à venda acabaram.
Já eram 10 anos sem títulos para o Ríver. E como se não bastasse todo o jejum, os torcedores da equipe ainda tiveram que esperar até a quinta cobrança de pênalti depois de um 0 a 0 no tempo normal para ver o ídolo Derivaldon marcar o gol sobre o rival Tiradentes e dar o Campeonato Piauiense de 1973 ao ‘Galo’.
O grito de campeão, no entanto, não foi o bastante para os torcedores, que invadiram o gramado do Estádio Lindolfo Monteiro para comemorar e, como recordação, levaram para a sede do Ríver as traves do gol em que foram cobrados os pênaltis.
Todo time tem um apelido e um mascote. Isso é fato. Difícil é bater a alcunha do Piauí Esporte Clube. Durante a histórica campanha do tetracampeonato estadual, feito conquistado de 1966 a 1969, o técnico da equipe era Ênio Silva, e ele gostava de usar a expressão "Enxuga Rato" quando seu time estava dominando o adversário dentro de campo.
Ênio tirou tal termo de uma música que fazia muito sucesso na época, o bailão "Enxuga o Rato", composta por Luis Antônio e gravada por Zé Mamede. O apelido pegou. Desde então, o Piauí foi conhecido como "Enxuga Rato", e o mascote é, literalmente, um rato se enxugando.
Parece até regra. Para trabalhar no Amadense, é preciso ter um apelido. Da diretoria de futebol, passando pela comissão técnica, roupeiro, cozinheiro, massagista e até um apoio especial das "Donas". Apelidos não faltam nesse time.
O diretor de futebol Honório dos Santos França é mais conhecido como Norinho. O técnico se chama Josué Ferreira Filho, mas é o velho Índio, ex-defensor de Palmeiras e Flamengo. E tem mais: Leandro Santos Paim (KIKI Baiano) é o auxiliar técnico; Felipe dos Santos França (França) tem o cargo de preparador físico; o preparador de goleiros Jose Carlos do Santos atende pelo apelido de Vitorim; o roupeiro é José Ribeiro Farias (Zé de Alvino); a cozinha é de responsabilidade de José Carlos dos Santos (Kaká); o massagista Edson Borges Araújo é mais conhecido como Boca.
No site oficial do clube, na aba "Diretoria", também aparecem os nomes de Dona Gilvaneide, Dona Mariana, Dona Hilda, Dona Ana e Dona Joseane. Todas elas fazem parte do "Apoio".
O Capivariano vive um ano especial. Além de disputar pela 1ª vez na sua história a elite do Campeonato Paulista, o clube do interior de São Paulo também participará da Copa do Brasil. Para isso, deu um "upgrade" no seu estádio. E contou com uma ajuda especial.
A Arena Capivari agora tem capacidade para 15 mil habitantes graças ao trabalho de um grupo de 16 haitianos que deixou Porto Príncipe e ajudou na construção das cabines de transmissão e no aumento das arquibancadas. Um toque estrangeiro no tradicional time do interior paulista.
O Maringá ainda está no começo de sua trajetória no futebol nacional. São pouco mais de quatro anos de vida, porém, muitas mudanças nesse tempo curto. Fundado em novembro de 2010, a equipe paranaense já teve quatro nomes e quatro escudos diferentes.
Primeiro, em 2010, nasceu a Sociedade Esportiva Alvorada Club, com um escudo verde e branco. Um ano depois, o time passou a ser chamado de Grêmio Metropolitano Maringá, e o escudo ganhou a adição da cor preta. Em 2012, mantendo as cores e só com o acréscimo de uma bola no símbolo do clube, Metropolitano Maringá foi o nome da vez. Já em 2014, desta vez com pequenas mudanças no distintivo, a equipe mudou para Maringá Futebol Clube. Fim de papo.
Nada de mudar o nome. A casa do Cabofriense é o estádio Alair Corrêa, conhecido como Correão, em homenagem ao político e atual prefeito de Cabo Frio. O nome do estádio chegou a ser alterado para Carrição, em alusão a Nenzinho Carriço, mas a população não gostou muito da ideia. Resultado: o Cabofriense voltou atrás por falta de apelo popular na mudança. Agora é regra, ninguém mais mexe no nome do Correão.