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Para instituto alemão, racionamento parece inevitável no sudeste brasileiro

Getty Images

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Uma análise do mais renomado instituto de meteorologia da Alemanha traça um cenário preocupante para a seca no Sudeste brasileiro.

Segundo os especialistas, a tendência é a escassez de água piorar ainda mais na região – e o racionamento deverá ser inevitável.

Uma análise do Deutscher Wetterdienst (DWD) de Frankfurt diz não haver expectativa de melhora a curto prazo para escassez de água no Sudeste.

Publicado nesta semana, o estudo afirma que chuvas escassas e uma forte evaporação por causa do clima mais quente que o normal resultarão em mais uma aguda seca em várias localidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espirito Santo nos próximos meses.

“O fornecimento de água potável para a população, assim como de água para fins industriais, não pode ser garantido”, avisam os autores da análise, os meteorologistas Markus Ziese e Andreas Becker

Déficit

Eles dizem que o crescente déficit de chuva não será compensado nem se o índice pluviométrico voltar ao normal no mês de março.

Segundo dados do Centro Mundial de Climatologia da Chuva, que faz parte do DWD, só os meses de dezembro de 2013, novembro de 2014 e fevereiro de 2015 tiveram quantidades de chuvas normais na região sudeste do Brasil.

“O déficit de chuva vem crescendo continuamente desde o fim de dezembro”, avisa a entidade, que é ligada à Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas.

O Deutscher Wetterdienst lembra ainda em sua análise que o Sudeste vem sendo bastante afetado por fenômenos climáticos como o El Niño, como é chamado o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o que provoca temperaturas atípicas na região.

No entanto, os analistas ressaltam que, mesmo sem esses fenômenos, o aquecimento global deverá afetar os reservatórios de água da região, causando uma forte evaporação.

Racionamento

“Medidas paliativas incluem o armazenamento mais eficiente de água e também o racionamento, que poderá ser moderado se for introduzido logo”, aconselham os especialistas.

Eles dizem que o fato de o mês de novembro de 2014, no começo da estação chuvosa, ter apresentado níveis normais de pluviosidade, acabou “mascarando” a gravidade da seca.

Isso teria levado as autoridades brasileiras a adiar o racionamento, que poderia ter sido benéfico se tivesse sido instaurado na época.

Mas racionar água pode ser uma faca de dois gumes, dizem os meteorologistas alemães.

“A população deve ser informada para evitar o armazenamento impróprio de água, que pode torná-la insalubre.”