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Investigadores isolam amostras de DNA em local de queda de avião

DNA de 78 indivíduos distintos foi encontrado em meio aos destroços. Eles serão comparados com amostras dadas pelos familiares das vítimas

Gonzalo Fuentes/Reuters

Equipes de resgate trabalham no local da queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses neste domingo.

A promotoria de Marselha, na França, anunciou neste domingo (29) que investigadores conseguiram isolar amostras de DNA de 78 indivíduos distintos no local da queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses. Elas serão agora comparadas com amostras de DNA fornecidas pelos familiares das vítimas para identificação.

Ainda segundo a fonte, a abertura de uma estrada para o acesso de veículos ao terreno onde estão os destroços está em andamento e deve ser concluída até a noite de segunda-feira (30). Com isso, será possível retirar as partes maiores da cabine, que não podem ser retiradas via transporte aéreo.

Desde que o desastre ocorreu na terça-feira, as equipes de busca estão trabalhando para coletar todas as provas possíveis para identificar os corpos. Dado o estado dos restos mortais e o relevo do local, muito acidentado, a tarefa está sendo muito difícil.

Restos humanos foram transportados até o momento também de helicóptero para Seyne-les-Alpes.

A polícia nacional instalou um laboratório, em um lugar secreto, onde “cerca de cinquenta médicos legistas, dentistas forenses, a polícia nacional que trabalha na identificação, e técnicos de investigação” que se mobilizam “para poder devolver os corpos de vítimas a suas famílias o mais rapidamente possível”, afirmou à AFP Patrick Touron, vice-diretor do instituto de investigação criminal da polícia civil.

“Por causa da degradação dos corpos”, qualquer elemento pode ser útil: impressões digitais, joias e elementos de identidade encontrados no local, segundo ele.

“É preciso levar em conta que nos desastres, tradicionalmente, 90% das identificações são feitas pelos dentes”, mas no caso específico do Germanwings A320, por meio de DNA.

Copiloto
Ao mesmo tempo, a imprensa internacional publicou novos relatos de problemas enfrentados pelo copiloto que podem ter sido um fator na queda do avião.

Segundo o jornal francês “Le Parisien”, Andreas Lubitz, de 27 anos, sofria de transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

Os médicos que o atenderam em 2010 aplicaram injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico, e recomendaram que Lubitz praticasse esportes para recuperar a autoconfiança.

Lubitz, que supostamente derrubou a aeronave de forma deliberada durante o trajeto entre Barcelona e Düsseldorf, também aparentava ter problemas com o sono, para o qual foi recomendado a usar o antidepressivo agomelatina.

A promotoria de Düsseldorf informou nesta sexta-feira (27) que encontrou documentos médicos “que apontam uma doença e o tratamento médico correspondente” na casa de Lubitz e na de seus pais, na cidade alemã de Montabaur.

O site do jornal alemão “Die Welt” informou na semana passada que agentes da polícia acharam vários remédios para tratar um grave “transtorno psicossomático” no apartamento em Düsseldorf.

Segundo o jornal americano “The New York Times”, Lubitz também tinha problemas de visão que poderiam ter colocado em risco seu trabalho, no qual acumulava uma experiência de 630 horas de voo.