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Bolsonaro processará Marcelo Tas após ser condenado por declarações no ‘CQC’

Após ser condenado na última segunda-feira (13/4) a pagar indenização de R$ 150 mil por comentários homofóbicos e racistas no programa “CQC”, da Band, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) prometeu recorrer da decisão, processar o ex-apresentador do humorístico Marcelo Tas e deixar o PP.

De acordo com o jornal O Dia, o político voltou a manifestar o desejo de ser candidato à Presidência da República e espera a resposta da direção nacional da sigla sobre sua desfiliação. Ele estuda a possibilidade de se filiar ao PTC ou ao ainda não fundado Partido Militar.

Tas comandava o “CQC” quando, num dos quadros, o parlamentar disse não ter filhos homossexuais porque eles têm “boa educação”. Em outro momento, a cantora Preta Gil questionou o que ele faria se um de seus filhos namorasse uma negra. “Não corro esse risco. Meus filhos são muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”, declarou.

Bolsonaro disse que vai recorrer em até 15 dias e atribuiu ao jornalista a culpa pela decisão. “Eu dei uma entrevista por laptop e ela foi divulgada 43 dias depois. Ele agiu de má-fé, editou a fita. Não estava pensando em fazer isso, mas tendo de volta esse caso, vou processá-lo. Se ele admitir que errou em seu programa, até retiro o processo depois”, afirmou.

A Procuradoria-Geral da República arquivou, no ano passado, o inquérito aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para investigar se houve racismo contra a cantora.

Apesar da medida, a juíza Luciana Santos Teixeira, da 6ª Vara Cível do Fórum de Madureira, condenou o deputado a indenizar por danos morais o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), criado pelo Ministério da Justiça. “Não se pode agredir e humilhar, ignorando-se os princípios da igualdade e da isonomia, com base na invocação à liberdade de expressão”, argumentou.