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Pizzolato diz que “prefere morrer” a cumprir pena no Brasil

No dia 24 de abril, o ministro Andrea Orlando deu um parecer favorável à extradição do ex-diretor do Banco do Brasil

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, afirmou nesta segunda-feira (04) ao senador italiano Carlo Giovanardi que “prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil”.

Giovanardi, que é o chefe do partido Área Popular na Comissão de Justiça do Senado, teve uma reunião com o brasileiro e seu advogado, Alessandro Sivelli, e divulgou uma nota explicando os temas debatidos entre eles.

Reprodução/ Globo
Henrique Pizzolato se entrega à Justiça italiana

 

O parlamentar pediu ao ministro da Justiça local, Andrea Orlandi, que “revogue” a decisão de extraditar o acusado no processo do Mensalão ao Brasil. Segundo Giovanardi, a medida “coloca em risco a vida de Pizzolato, que se colocou a disposição de cumprir a pena na Itália, mesmo com o legítimo pedido de revisão do processo em que foi envolvido no Brasil”.

“Pizzolato obteve a negação da extradição da Corte de Apelo de Bolonha enquanto a Corte de Cassação jogou a decisão para o governo italiano que, incompreensivelmente, estabeleceu que Pizzolato, cidadão italiano, deve ser extraditado ao Brasil em 11 de maio”, destacou o líder do AP.

Na semana passada, Giovanardi já havia apelado para o governo rever a decisão contra o ítalo-brasileiro, dizendo que era “incompreensível” sua extradição.

O caso

No dia 24 de abril, o ministro Andrea Orlando deu um parecer favorável à extradição do ex-diretor do Banco do Brasil.

Pizzolato, que possui também cidadania italiana, foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão, mas fugiu para a Itália com um passaporte falso. Ele acabou sendo detido em fevereiro de 2014, em Maranello, por portar os documentos de seu irmão, que havia falecido em 1978.

A decisão de Orlando veio de encontro com o veredicto da Corte de Cassação de Roma, em fevereiro, que reverteu uma decisão do Tribunal de Bolonha e autorizou a extradição. Na primeira sentença, a vinda do ex-diretor ao país tinha sido negada sob argumento de que os presídios nacionais não têm condições de manter a integridade física de Pizzolato.