Classe alega que o governo do Estado não pagou o mês de janeiro; Secretaria de Educação disse que as tramitações foram levadas ao governador Renan Filho (PMDB).
Motoristas de ônibus que transportam estudantes realizam um protesto nesta terça-feira (5), no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA), no Farol. A paralisação das atividades prejudica três mil alunos da rede pública, que deixam de contar com o transporte alternativo. Hoje, as aulas foram esvaziadas devido à falta de transporte.
De acordo com lideranças do movimento, o governo do Estado não realizou o pagamento referente ao mês de janeiro e o novo contrato não teria sido assinado desde o dia 9 de março. Com a paralisação, alunos das escolas do Cepa e de outras localidades da parte alta da cidade: Tabuleiro e Benedito Bentes, enfrentam problema com transporte. A frota mantida é composta por 44 ônibus que estão indisponíveis por tempo indeterminado.
De acordo com a coordenadora da Unidade de Apoio à Gestão Escolar, Socorro Dias, os motoristas estão reclamando da dívida desde a semana passada, e na última segunda-feira (4), chegaram a ameaçar de parar o trabalho.
“Infelizmente quem sai prejudicado são os alunos que perdem esse transporte essencial para mantê-los na sala de aula”, diz a coordenadora.
De acordo com a Secretaria de Educação do Estado de Alagoas (SEE), as tramitações administrativas da primeira parcela do ano devem ser analisadas pelo governador Renan Filho (PMDB). O prazo para isso não foi informado.
Protesto e revolta
Em fevereiro, um protesto similar realizado por estudantes na porta do Cepa acabou terminando em confronto com policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os estudantes reivindicavam melhorias no transporte público.
Pouco tempo depois, em março, um projeto de mesmo nome foi apresentado na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) e colocou em xeque a renovação do contrato com os ônibus escolares, além de tratar de questões como a segurança dos estudantes em um processo de municipalização do transporte público.
O projeto foi aprovado pela ALE em caráter de urgência, mas foi vetado pelo Executivo que entendeu ter várias ressalvas nas propostas. Desde então, o governo do Estado estuda novas maneiras para resolver o entrave.