Categorias: Educação

Estudantes da Ufal denunciam abandono de carteiras pelo Campus

Sara Rios

Carteiras são amontoadas em várias partes do Campus

Os estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) denunciam o abandono de carteiras, que estão sendo empilhadas nos corredores e salas desocupadas dos prédios da Universidade. Segundo os alunos, a situação mostra o desperdício do recurso público.

Uma aluna do curso de engenharia química, que preferiu não se identificar, disse que o número de carteiras amontoadas e sem uso vem crescendo desde o ano passado. “Já estamos acostumados com essa visão. Quando comecei a estudar na Ufal a sensação foi de um local abandonado. No local onde é proporcionada educação, não esperamos ver as carteiras e cadeiras empilhadas como se fosse lixo. O pior nisso tudo é que muitas ainda estão em estado razoável de conservação e podiam ser reaproveitadas”, comentou.

De acordo com Poliana Belo, representante da Assembleia  Nacional dos Estudantes Livres (Anel),  a informação que os estudantes têm é que que sempre que a Universidade compra mobília nova, os velhos precisam ser retirados das salas de aulas. No bloco onde estuda, a aluna disse que a pilha de carteiras mostra o descaso com o dinheiro público.

“O problema é que devido à burocracia, eles vão ficando amontoados e formando pilhas. Acho que deveriam buscar dar um destino correto a esses móveis, principalmente pelo fato de que muitos ainda podem ser utilizados. A presença dessas montanhas de móveis já se tornou comum ao nosso dia a dia, mas para mim mostra uma irresponsabilidade com o dinheiro público, que vem se repetindo há anos”, disse.

A estudante denuncia ainda a situação que muitos equipamentos novos acabam apresentando defeito em pouco tempo de uso. Poliana Belo questiona a qualidade dos materiais.

“Tanto a mobília quando os equipamentos eletrônicos e até bebedouros tem vida útil muito pequena. Acredito que a qualidade do material comprado não é tão boa e por isso dura pouco tempo. Na sala onde estudo o ar condicionado tem um mês instalado e já está quebrado. O bebedouro, da mesma forma, e a qualidade das cadeiras nem se fala. Como muita gente utiliza esse material, eles deveriam se preocupar em investir em algo mais duradouro, mesmo que seja um pouco mais caro, para que cenas como essa não se repitam”, completou.

Segundo a superintendente de Infraestrutura da Ufal, Nélia Calado,o material é descartado pelos diretores das unidades e, a cada seis meses, o mobiliário é recolhido.

“Quem descarta essas carteiras são os diretores das unidades. A nossa orientação é que eles deixem as quebradas ou sem condições de uso num local para posteriormente recolher. Mas, a grande questão é que a vaidade faz com que muita gente aproveite para mudar a mobília dos blocos, descartando inclusive material ainda usável. Quando nos damos conta, o material já foi recolhido para o deposito. Na última semana, fizemos o recolhimento de algumas. Enchemos dois caminhões, mas quanto mais a gente recolhe, mas elas aparecem”, contou Nélia Calado.

Para a superintendente de Infraestrutura da Ufal o que acontece com essas carteiras é o mau uso do patrimônio público pelos estudantes. “O que podemos observar é que existe a falta de cuidado dos estudantes com patrimônio público. Muitas dessas cadeiras e carteiras são riscadas, tampos arrancados, servem de balanço, sem o mínimo cuidado. O uso delas que deveria ser entre cinco e oito anos, não tem durado dois. Toda hora temos que estar trocando o mobiliário, e olhe que se trata de cadeiras achoadas”, comenta.

Ainda segundo Nélia Calado, a Ufal irá investir em um mobiliário mais resistente, que deverá substituir os antigos ainda este ano. “Estamos com um orçamento para gastar com mobília de mais de dois milhões e meio de reais. Todo o material foi licitado e iremos investir em algo mais resistente. A nossa esperança é que dure mais e cenas como estas não ocorram mais”, explicou Nélia Calado.

Já parte dessas carteiras e mesas que se amontoam pelo Campus A.C. Simões, farão parte de um leilão, que acontece no próximo dia 12 de maio. O processo passou por uma licitação e também deverá ofertar veículos. O leilão ocorre às 10h, no almoxarifado da Ufal e, simultaneamente, pelo site www.lancecertoleiloes.com.br.

Sara Rios

Carteiras são amontoadas em várias partes do Campus