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Em 20º álbum, padre Fábio de Melo reúne convidados de peso da MPB

Divulgação

Padre Fábio de Melo canta até samba e divide os vocais
com Zeca Pagodinho, Alcione e Fagner

Quem foi que disse que só o papa é pop?! O padre Fábio de Melo, 44 anos, mostra que também tem star quality para estar entre os maiores nomes da música brasileira. Em seu 2º disco, Deus no Esconderijo do Verso (Sony Music), o músico dividiu o microfone com ninguém menos que Nana Caymmi, Zeca Pagodinho, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Fagner, Alcione e Ninah Jo.

O álbum traz 14 faixas, entre elas Estrela Luminosa, Paciência e O Vendedor de Sonhos. Desse total, dez músicas – como Na Mira, Oculto e Revelado, O Tempo Não Espera Ninguém e a canção título – são assinadas pelo próprio padre. “Ele não erra afinação, nem andamento. É, sem dúvida, um dos melhores com quem já trabalhei”, afirma José Milton, produtor do trabalho, que tem experiência com artistas como Emílio Santiago (1946 – 2013), Nelson Gonçalves (1919-1998) e Fagner.

E quem um dia pensou em ver um clérigo caindo no samba já pode gritar amém. Nesse álbum, padre Fábio se aventura pelo ritmo tipicamente brasileiro em três músicas, com o suporte de uma percussão liderada pelo arranjador Pretinho da Serrinha: Nós Num Só Mundo, com participação de Ninah Jo, Sobre Ganhar e Perder, com Alcione, e Amigo Onde Deus É, em parceria com Zeca Pagodinho.

“Foi legal demais participar desse disco. Padre Fábio é muito querido e canta muito bonito. Achei bacana ele compor e cantar sambas, que é totalmente brasileiro e a essência da nossa música. É legal ter um padre cantando samba porque ‘se sambar é pecado, Deus queira me perdoar’”, brinca Zeca, citando um trecho da música Se É Pecado Sambar, eternizada na voz de Beth Carvalho.

Outro que rendeu elogios para o religioso foi o cantor e compositor Fagner. Com o padre, o cearense canta Perfeita Contradição. “Ele tem a voz boa e ultrapassa o ambiente sacerdotal. Canta com a alma e, se quiser, pode até largar a batina”, diz o cantor, em referência aos constantes elogios à beleza do pároco.

Polêmica
Os atributos físicos de Fábio de Melo, mineiro de Formiga, sempre chamaram a atenção do público. Mas, ultimamente, suas opiniões sobre tabus da Igreja Católica têm repercutido entre fiéis e não seguidores da religião.

No seu perfil no Twitter, no dia 12 de abril, o padre defendeu que a união civil entre pessoas do mesmo sexo não deve ser regida pela Igreja e sim pelo Estado. “As igrejas não podem, por respeito ao direito de cidadania, privar as pessoas, que não optaram por uma pertença religiosa, de regularizarem suas necessidades civis. Se duas pessoas estabeleceram uma parceria, e querem proteger seus direitos, o Estado precisa dar o suporte legal”, escreveu.

Durante um show no Espírito Santo, no dia 13 de abril, o músico ratificou seus comentários na rede social dizendo que a Igreja Católica deve doutrinar apenas seus seguidores. “A Igreja tem o direito de se posicionar em relação aos seus dogmas e sobre condutas morais, mas para nós cristãos católicos. Ela pode sugerir para a sociedade, mas não pode fazer imposição àqueles que não creem”, afirmou.