A estrutura da cúpula do Alagoas Iate Clube, o Alagoinhas, está sendo demolida na manhã desta quarta-feira, dia 13, em mais uma ação da Secretaria de Estado de Infraestrutura. A construtora responsável pela obra deverá, ainda, atender a pedido da secretaria e uniformizar o passeio e fechar alguns acesso. De acordo com a gestora da pasta, Aparecida Machado, as intervenções irão melhorar o aspecto e a segurança do local.
Machado explicou ainda, que no próximo dia 19, um técnico da secretaria irá a Brasília apresentar documentos e relatório fotográfico ao Ministério da Integração Nacional, como forma de garantir o início das obras de recuperação do Alagoinhas. Aparecida Machado informou, também, que pleiteia uma reunião com o ministro Gilberto Occhi para defender a urgência e a importância do projeto.
A secretária destacou as condições “deploráveis” em que se encontra o Alagoinhas atualmente e reforçou que foi preciso realizar as demolições para impedir a ação de vândalos e dependentes químicos no local em ‘esconderijos’ naturais.
A Secretaria de Infraestrura defende a modulação da obra. Com cerca de R$ 10 milhões assegurados, a obra está orçada em R$ 18 milhões, o que obrigou a secretaria em dividir o projeto em etapas, o que garantia o seu início e andamento regular. Nesta primeira etapa, estão previstos a construção de banheiros, passeios e a liberação da “vista” a enseada de Pajuçara, um dos cartões-postais da cidade.
Point da elite alagoana durante décadas, o Alagoinhas vem sendo alvo de disputas jurídicas, que retardam a sua revitalização e atraem moradores de rua e dependentes químicos, tornando a área insalubre para quem mora no entorno e visita a capital. Os funcionários da construtora contratada informaram à reportagem do Alagoas 24 horas que a estrutura demolida oferecida riscos à população.
Marco Referencial
Em 2007, o prefeito de Maceió, Cícero Almeida, assinou decreto declarando a área de utilidade pública para fins de desapropriação. O objetivo era criar no local um mirante público ou um oceanário. Em 2013, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra assinou licitação para a obra do Marco Referencial de Maceió no antigo Alagoinhas. De autoria do senador Benedito de Lira, o projeto previa uma estrutura em aço, num formato de barco com velas, com muita luminosidade e campo visual. O espaço contaria também com um elevador de 30 a 40 metros, que daria uma visão quase que completa da orla, museu de fotografias e esculturas artísticas, aquário, espaço para apresentações artísticas locais, estacionamento e local para os profissionais que vendem acarajé. Os arquitetos responsáveis pela obra são Marcos Vieira e Ovídio Pascual.
Em 2014, no entanto, o Patrimônio da União conseguiu o embargo da obra sob a alegação de que o Governo do Estado não tem a cessão da área: o chamado espelho d’água e área da praia. Desde então, o local virou morada de pessoas em situação de rua e usuários de drogas.