Quem gosta de ouvir e contar histórias? Eu adoro, sempre me envolvo com elas, principalmente, quando são sobre Anadia e quando quem às contam, passa toda emoção, riqueza de detalhes dos personagens, como se fosse em um filme.
A primeira vez que ouvi falar que os portugueses tinham descoberto o Brasil em Anadia, fiquei de queixo caído. Parecia a coisa mais inusitada, inacreditável!
Digo logo que não sou historiador. Apenas quero contar por partes o fato verídico da história do descobrimento do Brasil, pelo menos para mim, porque o restante fica inteiramente ao seu juízo de valor.
Um contador de histórias numa cidade do interior é como um diretor de filme, ele pode construir personagens, criar lugares e, montar um cenário perfeito, fazer a ação brotar do nada, envolver quem o escuta com tanta perfeição que arrepia. A emoção é inevitável.
Vejam se tenho razão no que eu quero dizer!
O personagem que trago ao conhecimento público, habitava quase sempre, na maioria das vezes as conversas sem pressas, aveludadas e descontraídas, triunfalmente ocasionadas pelo decorrer do tempo que parecia não passar nas calçadas, bares, mercearias, bodegas e oficinas. Eram conversas praticadas no dia a dia da famosa Anadia.
Certa feita disse-me o mago das histórias: Sabe o seu João Amazonas? Ele foi intendente – Representante do Rei de Portugal aqui, uma figura importante na nossa cidade. Teve um sonho com o português que em Anadia esteve e, insistiu por duas veze para que o mesmo fosse buscar uma botija – Tesouro, escondida na Pedra do Carro às margens do Rio São Miguel.
Receoso, incrédulo não deu cabo à missão! O português só fez uma alerta. “Se não for buscar a partir da segunda vez da minha aparição, o resto fica por sua conta”.
O tesouro, a botija segue o mistério!
A verdade aqui posso falar, o contador de histórias abriu o verbo e foi narrando como e por onde os portugueses chegaram em Anadia.
O Rio São Miguel foi o primeiro rio brasileiro a ser descoberto e explorado pelos novatos visitantes, na data de 29 de setembro de 1501. Genuinamente anadiense, pois nasce em Mar Vermelho – Antigas plagas de Anadia e, desemboca na lagoa do Roteiro.
O território anadiense era imenso, tão grande que há época englobava quase que a faixa central do hoje estado alagoano. Terras ricas e férteis povoadas por índios de várias tribos.
Porém há que se destacar a tribo dos Campos de Arrozal de Inahuns, com as mais belas índias, com sua nudez plácida, sensualidade aflorar, enlouquecendo, fazendo com que os homens dos outros continentes, largassem-se mar adentro para aqui chegar.
Este é o preambulo do descobrimento do Brasil que ocorreu em Anadia. Serão 10 textos contando tudo! Até o próximo!
(*) É filho de Anadia