Com o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), na manhã desta terça-feira (2), a operação intitulada de “Iscariotes”, que envolve a compra de títulos públicos falsos, pode chegar a outras empresas de grande porte em Alagoas.
De acordo com o delegado Gustavo Gatto, ainda não está claro o número de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema, mas o certo é que funcionava desde 2010. “A investigação continua, a Santa Casa é uma das empresas participantes, mas outras empresas vão aparecer no processo e iremos investigar se elas foram vítimas do golpe ou se participaram do esquema”, diz o delegado.
Segundo a investigação da Polícia Federal, nos últimos quatro meses, os ‘atravessadores’ abordavam imprensa que teriam que repassar valores superiores a R$ 500 mil/mês à Receita Federal. “Normalmente uma empresa que deve tributos à Receita Federal era acionada por um escritório de advocacia que prometia liquidar a dívidas com Títulos da Dívida Agrária [TODA] que eles têm. O procedimento é ilegal, pois não existe essa forma de compensação tributária”, afirma o delegado.
Ainda segundo o delegado, por estar em fase inicial de investigação a polícia não sabe informar o destino do dinheiro utilizado nos pagamentos. “Isso é apropriação indébita previdenciária, eles se apropriaram do dinheiro que era para ser repassado à Receita e isso pode gerar problemas no pagamento de aposentadorias dos funcionários”, prevê.
Para dar o ar de legalidade e robustez, os criminosos utilizavam o nome da Santa Casa para reforçar como um possível cliente do serviço. “Mesmo estando em fase inicial eu tenho elementos nos autos que comprovam que a Santa Casa sabia das transações”, termina o delegado.
Até o momento nenhum dos investigados foi preso pela polícia.
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