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China confirma 431 mortes em naufrágio de cruzeiro

Onze pessoas estão desaparecidas; 456 pessoas estavam a bordo. Segundo a Reuters, apenas 14 sobreviventes foram resgatados.

Familiares das vítimas do naufrágio do navio “Dongfangzhixing” (“Estrela do Oriente”) choram enquanto queimam oferendas na província de Hubei, na China, neste domingo (7) (Foto: REUTERS/Chen Zhuo/Yangzi River Daily)

Autoridades chinesas confirmaram neste domingo (7), à agência Reuters, que o naufrágio de um cruzeiro na segunda-feira passada no rio Yangtsé deixou 431 mortes. Onze pessoas continuam desaparecidas.

Não há mais esperança de encontrar sobreviventes. O naufrágio do navio “Dongfangzhixing” (“Estrela do Oriente”) pode se tornar o mais grave na China em 70 anos. Apenas 14 sobreviventes foram resgatados entre as 456 pessoas que estavam a bordo do cruzeiro. Muitos passageiros eram aposentados.

O porta-voz do governo Hu Kaihong disse a repórteres que testes de DNA estão sendo realizados para identificar os corpos.

Domingo marca sete dias desde que o Eastern Star afundou, e de acordo com a tradição chinesa é data no qual se deve fazer luto pelos mortos.

Em locais separados ao longo do rio, membros da família emocionados também se reuniram para queimar incenso e fazer oferendas de comida para os espíritos dos falecidos.

Mais de 3.400 soldados e 1.700 policiais participam das operações de resgate, com o apoio de 149 barcos.

Na sexta-feira, as equipes conseguiram ajustar o navio com a ajuda de dois guindastes, mas o “Estrela do Oriente”, com 76 metros de comprimento e 2.200 toneladas, permanece parcialmente submerso.

Catástrofe
O presidente do país, Xi Jinping, convocou na quinta-feira uma reunião extraordinária da comissão permanente do Comitê Político do Partido Comunista Chinês, durante a qual prometeu “acabar com todas as dúvidas” sobre a catástrofe.

Ao mesmo tempo, mais de 1.200 familiares de passageiros chegaram à pequena cidade de Jianli e expressaram revolta com a falta de informações.

“Tudo o que apresentam são palavras cuidadosamente medidas, repletas de falsidades”, disse um idoso, que invadiu uma entrevista coletiva e foi expulso pela polícia.

Jiang Zhao, gerente-geral da empresa que operava o navio Eastern Star, curvou-se em desculpas pela tragédia durante uma entrevista à imprensa estatal, dizendo que iria cooperar “totalmente” com a investigação. “Desde o momento em que isso aconteceu eu estou afundado em tristeza”, disse Jiang à televisão estatal. Pequim prometeu que não haveria nenhum tipo de abafamento nas investigações.

No aplicativo de mensagens para celulares WeChat, uma petição circulava entre as famílias das vítimas, para exigir “desculpas formais” das autoridades, assim como uma investigação sobre a empresa que operava o navio e as agências de turismo envolvidos.

A petição também solicita a “pena de morte” para o capitão do “Estrela do Oriente”, que está entre os poucos sobreviventes e é acusado de ter abandonado o comando da embarcação em plena tempestade para escapar da tragédia.

O capitão, Zhang Shunwen, está sob custódia da polícia. Ele foi resgatado por uma patrulha duas horas depois do naufrágio, ao lado do engenheiro chefe do cruzeiro, segundo o jornal China Daily.

“Como tantos navios pararam (por causa do mau tempo) e este continuava a viagem?”, perguntou à agência de notícias France Presse Gao, que tinha uma irmã a bordo, antes de ser interrompido por um policial.

Wang Jianhua, vice-presidente da empresa que opera o navio, afirmou que “a embarcação tentou dar meia-volta, mas qualquer manobra é difícil em um tempo tão curto.”

O navio, que viajava entre as cidades de Nankin (leste) e Chongqing (centro), naufragou na passagem pelo distrito de Jianli, na província de Hubei.

A embarcação virou em apenas dois minutos durante a passagem de um tornado, segundo o capitão e outro sobrevivente. O serviço de meteorologia chinês corroborou a explicação.