Casal acusado na morte do advogado Marcos André de Deus Félix foi ouvido em Marechal Deodoro em "reabertura" do caso.
Três meses depois do pedido de afastamento do juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida, da Comarca de Marechal Deodoro, no caso que julga a participação do casal Janadaris e Sérgio Sfredo na morte do advogado Marcos André de Deus Félix, uma nova audiência foi realizada na manhã desta quinta-feira (11), em Marechal Deodoro. Com novos advogados para fazer a defesa do casal, os réus foram ouvidos pelo juiz substituto Diogo de Mendonça Furtado, da Comarca de Boca da Mata.
O adiamento ocorreu após denúncias de que o advogado Júlio César Castro, além do procurador Jorge Augusto Granjeiro, teriam recebido propina de quase R$ 200 mil para livrar os acusados do crime.
De acordo com um dos novos advogados do casal, Ivan Pareta Júnior, a equipe do escritório de advocacia – com sede em Porto Alegre – não é nova e acompanha o desenrolar das instruções que tentam apurar a morte de Marcos André. “Nós já estávamos acompanhando o processo, o que ocorre é que os nossos clientes, por conta de não podermos estar em Alagoas com muita frequência, contrataram o Júlio César”, diz o advogado.
Segundo ele, Júlio César que permanece sob monitoramento eletrônico após investigações iniciadas pela Polícia Federal (PF) não possui ligações com o escritório. “Ele [Júlio César] teria chegado para os nossos clientes com uma proposta de um membro do Poder Judiciário que cobrava um valor pela liberação. Então, os nossos clientes entraram em contato com a Polícia Federal e alertaram, pois acharam que o órgão teria mais efeito caso exista policiais civis envolvidos”, diz.
Ainda sem uma conclusão, o inquérito que apura a participação dos advogados ocorre em paralelo e é mantido em sigilo pela PF. Nesses últimos três meses, nenhuma outra prisão foi efetuada. Estranhamente até hoje não ficou explicado a participação efetiva da Polícia Federal no caso, já que crimes dessa natureza não são de competência da instituição.
Para o juiz Diogo Mendonça, a substituição do responsável pela Comarca de Marechal não atrapalha o andamento das investigações. “A princípio não há nenhuma perda, pois sou juiz titular de Boca da Mata que é substituta natural de Marechal. Entendo que o afastamento do magistrado Léo Denisson é um direito que assiste a ele e aguardo o final disso tudo”, disse. Até hoje nada foi provado contra qualquer membro do judiciário alagoano.
Enquanto isso, segundo o promotor André Argolo, a acusação ainda sustenta a mesma tese de que Janadaris e Sérgio são os autores intelectuais do crime. “Como já foi veiculado pela imprensa constatamos que eles teriam sim interesse direto na morte da vítima”, diz Argolo.
Na manhã de hoje, dando sequência ao caso que julga a morte do advogado, uma testemunha foi arrolada pela defesa, que seria ex-namorada da vítima. Janadaris e Sérgio estiveram presentes e também prestaram novos depoimentos. Os outros acusados no processo e que teriam participação direta na morte de Marcos André: a camareira da pousada de Sérgio, Maria Flávia dos Santos; Juarez da Silva; Valderi Santos e Elivaldo Francisco da Silva, não puderam ser ouvidos por conta da greve dos agentes penitenciários que impede a transferência de presos. O grupo está detido no presídio Cyridião Durval.