Não pagamento do IPCA por parte do Governo do Estado gera impasse entre militares. Assembleia está prevista para a próxima quinta-feira (25).
Representantes da Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas (ACS/AL) se reuniram na manhã desta quarta-feira (17) em sua sede no Poço para alertar sobre uma possível paralisação ou greve geral das categorias (Polícia Militar e Bombeiros), após uma negativa do Governo do Estado em conceder o pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O governo propôs um reajuste de 5% ainda nessa terça-feira (16), válidos para todos os servidores estaduais, menos para os militares. “Eles alegam que deixamos de receber o IPCA porque repactuamos as perdas salarias de 2003 a 2008, o que não faz sentido”, diz o tenente Mizael Pessoa, vice-presidente Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (ASSOMAL).
O reajuste salarial foi realizado ainda em fevereiro deste ano, mas, segundo o sargento Marcos Ramalho, presidente da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas (ABMAL), a categoria só pede para que seja cumprida a lei para todos os servidores.
“A gente não tá pedindo nada ao governo, apenas o que é direito e obrigação, toda a tropa não entende e não concorda com a ‘troca’ realizada da reposição pelo IPCA, isso não existe”, afirma. “Até as promoções estão atrasadas. Um militar que conheço era para ter sido promovido em três anos e já segue em 10 de atividade sem ela. O homem está em depressão e tudo isso por conta de uma desculpa para não reduzir efetivo e realizar novos concursos”, complementa.
Com isso, a categoria decide na próxima quinta-feira (25), durante assembleia geral, se o efetivo entra em aquartelamento ou se promove uma operação padrão (forma utilizada para que cumpram as leis), mas a categoria adianta: há ainda uma busca pelo diálogo.
A Polícia Militar de Alagoas conta atualmente com sete mil militares em atividades nas ruas de Maceió, outros 1.100 atuam pelo Corpo de Bombeiros. “Fazemos patrulhamento na terra, na água e no mar… eu não entendo então essa maneira de negociar do governo em não respeitar os militares como servidor”, diz o tenente Mizael.