Governador alega que militares já receberam aumento e que não vai ceder à pressão de paralisação.
Mesmo com a possibilidade de uma nova operação padrão a ser decretada pelos militares em Alagoas, o governador do Estado, Renan Filho (PMDB), disse em entrevista concedida na manhã desta terça-feira (23), durante a inauguração da Unidade de Cirurgia Vascular no Hospital Geral do Estado (HGE), que mantém o posicionamento de não conceder o reajuste de 5% dado para todos os servidores estaduais.
A proposta financeira fica, portanto, sem atingir os militares que se reuniram na última quarta-feira (17), na sede da Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas (ACS/AL), de modo a alertar o governo e a população sobre a possibilidade de uma paralisação de boa parte do efetivo da Polícia Militar e Bombeiros. O reajuste financeiro concedido pelo Estado é fruto do pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“A Polícia Militar teve aumento já esse ano e isso precisa ser colocado. Aliás, a polícia teve um aumento maior do que todas as outras categorias. Isso significa dizer que eles tiveram um valor acima da inflação e um aumento que representa mais do que a soma de todas as outras categorias”, diz o governador. “Vamos abrir condições para que nos próximos quatro anos passemos a dar aumento real”, justifica.
O reajuste salarial citado por Renan foi depositado na conta dos militares ainda em fevereiro deste ano, mas, segundo o sargento Marcos Ramalho, presidente da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas (ABMAL), a categoria solicita apenas para que a lei seja cumprida de modo a beneficiar todos os servidores.
“Um governo não pode resgatar um débito histórico, um passivo histórico, mas vamos manter o diálogo completo com eles”, reitera o governador..
Os militares decidem na próxima quinta-feira (25), durante assembleia geral, se o efetivo entra em aquartelamento ou se promove uma operação padrão – modelo utilizado para cumprir somente o previsto nas ações, sem extrapolar horários ou acumular serviços.
Reserva da PM
Em relação à contratação dos militares que estão na reserva da polícia do concurso realizado em 2012, o governador alega que só poderá realizar depois do mês de setembro. “Eu vou contratar a reserva, só não posso agora porque vou ser retirado do cargo de governador por improbidade administrativa e tenho que trazer até o próximo semestre, de modo a trazer o Estado para a Lei de Responsabilidade Fiscal”, diz o governador.