Os bolsistas de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) ocuparam o prédio da reitoria no Campus A. C. Simões, no bairro da Cidade Universitária, em Maceió. As dependências foram ocupadas no início da manhã desta quarta-feira, dia 1º, e os estudantes não têm perspectiva de deixarem o prédio.
A mobilização teve início com os estudantes bolsistas ocupando a entrada da instituição de ensino, com cartazes e grito de ordem, impedindo inclusive a entrada de ônibus e veículos nas dependências da UFAL.
Os técnicos e professores da UFAL estão com as atividades paralisadas em decorrência da greve. Ela foi referendada pelo Conselho Universitário (Consuni) no último dia 8 de junho. Com isso, todas as atividades acadêmicas foram suspensas durante o período de greve dos professores.
A mobilização, de acordo com a bolsista e graduanda em história Núbia Mota se dá em decorrência a uma série de fatores, que segundo ela, vem prejudicando a comunidade acadêmica. “Nós estudantes estamos sendo desrespeitados e a UFAL ignora as nossas necessidades”.
Núbia destacou ao Alagoas24horas, que há um imbróglio em torno das bolsas estudantis, que segundo ela, a UFAL joga a culpa no MEC e “por sua vez MEC joga a culpa na UFAL, já que segundo eles não cortaram a nossa bolsa e fica neste impasse e não temos a certeza o que de fato está acontecendo. Na verdade estamos sendo prejudicados no processo de pesquisa”.
Ainda segundo a bolsista, a universidade deveria ter realizado a atualização das bolsas permanentes o que não foi realizado nos prazos estabelecidos pelo MEC e a suspensão da bolsa alimentação, disponibilizada, de acordo com ela, para os estudantes em pesquisa na UFAL.
“Os estudantes passam aqui o dia inteiro pesquisando, escrevendo e até a bolsa alimentação que a UFAL disponibilizava para quem pesquisa não tem mais, agora é passar o dia inteiro com fome, se tiver o que comer bem, caso contrário”, destacou Núbia.
Prazos
Durante a manifestação o diretor do Departamento de Contabilidade e Finanças (DCF), Alan Souza, informou que os recursos foram repassados à Ufal pelo Ministério da Educação (MEC), na noite desta terça-feira (30) e será processado nesta quarta-feira para encaminhamento aos bancos. Alan informou também que os alunos que têm conta no Banco do Brasil receberão na sexta-feira, 3, e quem é de outros bancos receberá na segunda-feira, 6 de julho.
O reitor Eurico Lôbo destacou que a falta de pagamento no período previsto, até o quinto dia útil de cada mês, é uma consequência do atraso do repasse de recursos pelo MEC, mas conforme orientação do Governo Federal, a situação tende a se regularizar. “A orientação é de que a partir deste mês de julho, o repasse seja feito a cada dez dias (10, 20 e 30 de cada mês). A Ufal é um órgão executor e no que compete a instituição ela faz todo o planejamento para o pagamento, mas tem que aguardar a liberação dos recursos”, enfatizou Eurico.
Restaurante Universitário
Sobre a suspensão de refeições no Restaurante Universitário (RU), também denunciada pelo movimento, o pró-reitor estudantil Pedro Nelson Bonfim esclareceu que os alunos que estão desempenhando as atividades essenciais, como pesquisa e extensão, têm direito a atendimento no RU, bastando apenas que os coordenadores dessas ações enviem a lista com os nomes dos bolsistas. “As atividades essenciais foram definidas pelo comando de greve da Ufal e a necessidade do envio da lista serve também para evitar o desperdício de alimentos. Quem estiver na lista tem atendimento garantido no RU”, afirmou Pedro Nelson.
Atualizada às 15h30 após nota oficial da assessoria.