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Cine Sesi retoma exibições gratuitas de cinema em Feira Grande neste fim de semana

Projeto leva cinema de qualidade a 20 cidades do interior com direito a pipoca quentinha e tapete vermelho. Tem também oficinas de animação

Divulgação

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O Cine Sesi Cultural leva a sétima arte para cidades do interior do Brasil que não possuem salas de cinema ou cujas salas encontram-se desativadas. Em sua 10ª edição em Alagoas, o projeto teve uma pausa para as festas juninas e vai contemplar o município de Feira Grande, no próximo fim de semana, com sessões gratuitas na Praça do Comércio, de 03 a 05 de julho. O Cine Sesi Cultural é realizado pelo SESI e idealizado pela diretora de criação Lina Rosa Vieira.

Tem gente que só viu cinema pela televisão. Seja na novela, quando o moço leva a moça pra sair.  Ou no filme, quando outro filme acontece. Na vida real, o cinema é ficção para a maioria das cidades do interior do Brasil. Principalmente quando se trata de cinema de rua, que ao longo das últimas três décadas, tornaram-se cada vez mais raros  e se transformaram em supermercados, igrejas, lojas de departamento e até academias de ginástica. Financeiramente mais vantajosos, culturalmente devastadores.

Na contramão dessa tendência, o Cine Sesi Cultural desbrava as estradas dos estados brasileiros levando cinema de qualidade para municípios que não têm mais ou nunca tiveram salas de exibição. Em Alagoas, o projeto já esteve em cerca de 80 cidades e atingiu um público de mais de 750 mil pessoas, em nove edições. De volta ao Estado mais uma vez, o Cine Sesi percorrerá vinte cidades do interior alagoano, até outubro, com apresentações às sextas, aos sábados e aos domingos, quando serão sempre exibidos curtas e longas metragens. Tudo de graça.

“É um trabalho de resgate do cinema e de formação de plateia”, define Lina Rosa Vieira, idealizadora e diretora do projeto de democracia cultural, que em 2015 está completando 14 anos. “E em muitas dessas cidades, as pessoas estão tendo essa experiência pela primeira vez”.

Lina explica que é uma tarefa árdua porque o processo de extinção das salas de projeção de rua foi devastador. Os motivos são os mais variados: a expansão da TV aberta ao longo das décadas de 1970 e 1980, o VHS (que já morreu), o DVD (que está moribundo). Mais recentemente, a chegada de TV por assinatura e até questões de segurança pública, fazendo com que as pessoas prefiram ficar em casa. “Além disso, a própria distribuição dos filmes sempre foi difícil. As salas foram ficando inviáveis financeiramente e acabaram fechando as portas”, observa.

Ela reconhece que esse processo aconteceu também nas capitais, mas os shoppings acabaram se tornando um alternativa. “Praticamente não há mais cinemas de rua nas capitais. As pessoas passaram a optar pelas salas dos centros de compra”, reforça. Nesse sentido, o Cine Sesi também reafirma o direito à ocupação do espaço público pela população, já que as sessões acontecem em praças e pátios.

O PROJETO

Lina Rosa explica que o Cine Sesi busca equiparar a experiência cinematográfica do público da capital e do interior. “Estamos levando para o interior equipamentos de projeção e de som equivalentes aos que as pessoas que moram nos grandes centros urbanos experimentam quando vão ao cinema”, explica. São projetores de alta resolução e sonorização compatível. “Nos empenhamos para que a experiência seja rica, que deixe um gostinho de quero mais nas pessoas e uma possibilidade de surgimento ou reabertura de um novo cinema. ”.

Outro desafio, segundo a idealizadora, é montar uma programação que cative o público. As exibições acontecem na praça principal da cidade, onde são colocadas cerca de 500 lugares  e, inclusive, tapete vermelho e pipoca quentinha, feita na hora. “Não pode faltar nada”, brinca Lina Rosa.

A escolha dos longas é pautada pelas seguintes exigências: filmes com bom padrão de qualidade técnica e de conteúdo, tendo a sexta-feira como espaço para a comédia, o sábado voltado para a reflexão e o domingo para o encontro da família; filmes que fazem parte da produção de cinema nacional prioritariamente ou que valorizem profissionais brasileiros; filmes que caibam na indicação de todas as idades (levando em consideração o fato de as exibições serem ao ar livre, filmes indicados para o público acima de 14 anos não podem ser selecionados); filmes que priorizem não somente o divertimento dos espectadores, mas a formação de plateias inteligentes; por fim, filmes que estejam liberados para as projeções do Cine Sesi.

OFICINAS DE ANIMAÇÃO

Mas o Cine Sesi não trata apenas de exibir filme. O projeto também leva oficinas de cinema de animação  para algumas cidades contempladas no projeto. Os curtas produzidos pelos alunos são exibidos na telona, na sua cidade e em outras. Em Alagoas, estão previstas duas oficinas, que acontecerão nas cidades de Pilar e Ibateguara, a partir de junho.

HISTÓRICO

O Cine Sesi Cultural é um projeto patrocinado pelo Sesi. Já passou por mais de 665 cidades, algumas delas mais de uma vez, do interior de 12 estados do País, atingindo mais de quatro milhões e setecentas mil pessoas desde 2002 até hoje. Gente que, na sua grande maioria, nunca tinha visto cinema na vida. O acesso às projeções é sempre gratuito. Nesse ano de 2015, o Cine Sesi completa 14 anos de estrada e volta ao Estado de Alagoas. A partir do mês de maio o Projeto percorrerá mais 20 cidades do interior alagoano. Esta é a 10ª edição do projeto no estado, que já esteve em 80 municípios com público de mais de 750mil pessoas.

SERVIÇO:

CINE SESI CULTURAL 2015

Local: Feira Grande, Praça do Comércio.

Data: 03, 04 e 05 de julho de 2015, a partir das 18h.

FILMES:

Curtas

Sex: Cores e Botas

Sáb: Pimenta

Dom: Leonel Pé de Vento

Longas

Sex: Cine Holliúdy

Sáb: A Busca

Dom: Os Croods

RESUMOS DOS FILMES

CURTAS:

 

CORES E BOTAS

O curta-metragem fala de um sonho comum às meninas do final dos anos 80: ser paquita. Essa possibilidade, ainda que remota para todas as meninas, era extinta para Joana, uma menina negra, pertencente a uma família de classe média alta, que aparentemente vencera as barreiras do preconceito, com possibilidades que pareciam infinitas. O filme discute o preconceito racial e a influência da mídia na construção dos padrões estéticos inatingíveis. O curta é escrito e dirigido por Juliana Vicente, com produção de Ana Luíza Béco e Rodrigo Levy.

PIMENTA

Interior da Bahia. Anos 60. Não fosse a garrafa de pimentas que seu pai ganhara de presente, seria uma tarde qualquer para Zeca. Era uma garrafa linda, mas muito perigosa. Ele tinha que se livrar dela.

LEONEL PÉ DE VENTO

Leonel nasceu pé‐de‐vento e por isso vive isolado. Quando Mariana se aproxima dele, os dois descobrem a importância da amizade e da convivência com as diferenças.

LONGAS:

CINE HOLLIÚDY

Interior do Ceará, década de 1970. Marcado pelo senso de humor único dos cearenses, Cine Holliúdy é inspirado no curta-metragem, premiado nacional e internacionalmente, Cine Holiúdy – O Astista Contra o Caba do Mal”.  A popularização da TV permitiu que os habitantes da cidade desfrutassem de um bem até então desconhecido. Porém, o televisor afastou as pessoas dos cinemas. É aí que Francisgleydisson entra em ação. Ele é o proprietário do Cine Holiúdy, um pequeno cinema da cidade que terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento.

A BUSCA

Um pai – o médico Theo Gadelha, 35 anos – é obrigado a jogar-se na estrada em busca de seu filho Pedro que desaparece no fim de semana em que completaria 15 anos. O repentino e inexplicável sumiço do filho é a última carta a desabar no castelo de Theo. Seu casamento de 15 anos com Branca acaba de ruir. Theo saiu em busca do filho, mas acaba encontrando seu pai, com quem não fala há vários anos. De cara para o pai, enxerga a si mesmo, redescobre o filho e se desarma com a mulher que nem por um momento deixou de amar. O longa conta com a direção de Luciano Moura, produção de Fernando Meirelles e Andrea Barata e roteiro de Elena Soarez. No elenco, Wagner Moura, Lima Duarte, Brás Moreau Antunes e Mariana Lima.

OS CROODS

A animação da DreamWorks Animation trata as histórias de uma família pré-histórica, escondidos na maior parte do tempo dentro de uma caverna. A família é composta por: Grug, a esposa Ugga, a vovó, o garoto Thunk, a pequena e feroz Sandy e a jovem Eep. O problema é que Grug, o patriarca, é rígido com as regras que fizeram a família sobreviver durante tanto tempo no mundo, ele morre de medo do mundo exterior. A direção e roteiro é de Chris Sanders e Kirk DeMicco.