Trio é acusado de integrar o PCC
Policiais Civis de Santana do Ipanema, coordenados pelo delegado Fábio Costa, prendem nas primeiras horas desta terça-feira (14), integrantes de organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), acusados de executar dois homens e queimar os corpos em Santana do Ipanema.
Foram presos: Jonatan Nicácio Rodrigues da Silva, o “Bibiu” e Jeferson da Silva Nunes, 19 anos, conhecido como “Kel”.
O crime, ordenado por Paulo Ricardo dos Santos, “Nego Cão”, foragido da justiça, que comanda o tráfico de drogas na região e responde por outros crimes.
A execução ocorreu em maio deste ano, no bairro Arthur Morais, quando Cícero Saturnino da Silva e Antônio Ferreira Monteiro foram executados com disparos de arma de fogo e tiveram seu corpos queimados.
De acordo com as investigações, a motivação para o homicídio teria sido uma “condenação” proferida pela organização criminosa, uma vez que dias antes, um dos líderes do grupo, um adolescente de 17 anos e outro integrante , que está foragido, roubaram uma moto na ponte de acesso à cidade de Olho D’Agua da Flores.
Logo após o assalto, a dupla tentou esconder o roubo na residência das vítimas, que não permitiram e ainda afirmaram que avisariam à polícia. Por esse motivo, os criminosos decidiram executá-los e em seguida queimar seus corpos, procedimento adotado pela organização criminosa PCC em outras regiões do Brasil, com o nítido intuito de aterrorizar a população e impedir a colaboração com a polícia.
Na ocasião, o adolescente e outro integrante invadiram a casa de Cícero Saturnino e Antônio Ferreira, efetuaram cerca de dez disparos de arma de fogo. Thiago Duarte e “Bibiu” vigiaram o local do crime enquanto os outros executavam a vítima.
No dia seguinte a execução, aproximadamente ao meio dia, os criminosos levaram os corpos das vítimas até um local próximo ao centro da cidade, no bairro Camoxinga, os envolveram em sacos, uma rede e um colchão e atearam fogo.
De acordo com Fábio Costa, Thiago Duarte dos Santos, 23 anos, preso em flagrante pelo crime de destruição de cadáver, admitiu que a escolha do horário e local para queimar os corpos tinham a finalidade de intimidar a população.
O criminoso afirmou ainda que o grupo além de tentar demonstrar poder, declarou “toque de recolher” aos moradores do bairro Arthur Morais, a partir das 19h, proibindo qualquer cidadão de sair de casa, obrigavam os moradores a acolher criminosos vindos de outras localidades e a guardarem produtos de roubo.
Conforme testemunhas, após o crime, ostentando as armas, saíram às ruas do bairro Arthur Morais e diziam: “Quem manda aqui no Arthur Morais é nós”.
As investigações que levaram a elucidação do crime e prisões receberam o apoio da delegada Ana Luiza Nogueira, da diretoria de Área 1 e do núcleo de inteligência da Delegacia Geral da Polícia Civil.
As prisões ocorreram em Jacaré dos Homens e Santana do Ipanema, em cumprimento de mandados, expedidos pelo juiz Diego Araújo Dantas, e contaram com o apoio de militares do Pelopes.