No início da bateria final do J-Bay Open 2015, uma cena chocante tomou conta do pico em Jeffreys Bay, África do Sul. Um tubarão enorme chocou-se com Mick Fanning, que felizmente saiu ileso.
Aparentemente, o animal se prendeu à cordinha de Mick, que ficou se debatendo e socando o animal, para posteriormente soltar a prancha e fugir nadando. O australiano levou o maior susto da sua vida.
Mick e Julian foram retirados da água pela equipe de resgate. Com o clima muito tenso em J-Bay, a World Surf League decidiu cancelar a final.
Ao término da bateria, Mick e Julian Wilson estavam visivelmente emocionados e não conseguiram conter as lágrimas. Os finalistas concordaram em dividir a premiação e ficaram os pontos do segundo colocado, o que fez o brasileiro Adriano de Souza permanecer na liderança da temporada.
Logo depois do pânico, Mick concedeu uma entrevista à assessoria da WSL. “Ainda estou viajando. Foi só no barco que caiu a ficha, e quando assisti ao vídeo. Eu estou bem, não estou machucado. Tem um amassado na minha prancha e a minha cordinha se rompeu, mas eu estou bem”.
Mick descreveu os momentos de terror que passou no outside de J-Bay. “Eu estava sentado esperando por uma onda. Quando eu fui começar a remar, tive uma sensação como se tivesse algo atrás de mim, e comecei a ser puxado pra debaixo d’água. De repente eu vi a barbatana, e ela estava bem do meu lado. Eu estava sendo arrastado pela minha cordinha, e quando ela se soltou eu simplesmente comecei a nadar e gritar para o Julian sair dali, porque ele estava vindo na minha direção. Eu comecei a olhar para trás, porque achei que o tubarão podia tentar me atacar de novo, mas quando vi estava rodeado pelos jet-skis e pelo barco e estava em segurança”.
Quando questionado se gostaria de disputar a final do campeonato neste domingo, Mick respondeu emocionado que “estaria feliz se eu nunca mais competisse na vida. Estou feliz de ter saído ileso dessa. Só quero dizer para toda a minha família e amigos que eu estou bem, mas a ficha ainda está caindo”.
Conversamos com Marcelo Szpilman, um dos biólogos marinhos mais conceituados do Brasil.
Para Marcelo, não parece ter sido um ataque, e sim uma grande coincidência. “Dois tubarões perseguindo e atacando uma presa bem ao lado do surfista, que não era o alvo. Mick estava no local errado, na hora errada. Splashes como esses vistos no vídeo são muito comuns em situações em que o tubarão persegue e ataca presas na superfície, mas não em verdadeiros ataques a pessoas ou surfistas”, diz o biólogo.