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Chamados de terroristas, muçulmanos são proibidos de ir a loja de armas nos EUA

Em sua página, loja Florida Gun Supply afirma ter decidido fazer mudanças drásticas após o ataque de extremistas islâmicos .

Andy Hallinan aparece com a bandeira dos Estados Confederados Americanos no polêmico vídeo (Foto: Divulgação)

Dois dias após o ataque terrorista que deixou cinco mortos no Estado do Tennessee, nos EUA, o proprietário de uma conhecida loja de armas no sul do território norte-americano decidiu banir a presença de muçulmanos de seu estabelecimento, declarado “território livre do islã”.

A decisão foi divulgada em vídeos postados em redes sociais no último sábado (18) e ganhou enorme repercussão, tanto de críticas alarmadas com o veto quanto de elogios à atitude após mais uma ação que deixou mortos, incluindo um agente da polícia, no país. Somente no Facebook, o vídeo já tinha quase seis mil compartilhamentos na noite desta segunda-feira (21).

“Com tudo o que está acontecendo por aqui, agora tenho, mais do que nunca, uma responsabilidade moral e legal de proteger todos os patriotas de minha comunidade. Por isso declaro que, a partir de agora, a Florida Gun Supply é uma área livre de muçulmanos. Não armarei nem treinarei aqueles que desejam machucar meus queridos patriotas”, diz Andy Hallinan, proprietário da loja, no vídeo de cerca de 5 minutos.

A bandeira ainda é considerada um símbolo de racismo nos EUA e voltou a gerar polêmica após o terrorista Dylann Roof, responsável por assassinar nove pessoas em uma igreja no último dia 17 de junho, ter aparecido em fotos mostrando-a. O presidente norte-americano, Barack Obama, fez críticas severas contra ela, especialmente por ser hasteada em prédios oficiais de cidades e estados do sul do país.

“Nossos líderes dizem que esta bandeira significa a supremacia branca, o ódio e a intolerância. Não os deixem mentir para vocês. Esta bandeira representa nada além do que a rica herança do sul. O racismo só foi declarado nos EUA quando Barack [Obama] entrou no poder… Nossos líderes também estão dizendo que policiais brancos atiram em brancos por causa da raça. Não acreditem neles”, discursa o comerciante no vídeo.

“Esses mesmos líderes estão tentando acabar com a bandeira do sul, colocando negros contra brancos . Dizem que o islamismo é uma religião de paz, cheia de tolerância e esperança. Não acreditem em suas mentiras.”

Nas imagens, Hallinan aparece discursando diante de uma bandeira dos Estados Confederados da América, símbolo das áreas do sul dos EUA, incluindo aí a Flórida, que insistiam em manter a escravidão no país – e que acabaram derrotados na Guerra Civil americana, entre 1861 e 1865.

O vídeo é encerrado com uma mensagem para que seja compartilhado nas redes sociais e com o seguinte texto: “depois disso, se arme, treine e se cuide.”