Fred, do Shakhtar, pode ser suspenso por quatro anos, se doping for confirmado

Shakhtar Donetsk / DivulgaçãoFred sorri, entre Taison e Dentinho, no último treino antes do jogo contra o Fenerbahçe

Fred sorri, entre Taison e Dentinho, no último treino antes do jogo contra o Fenerbahçe

A imagem da seleção brasileira pode sofrer um estrago ainda maior do que a mancha causada por seu péssimo desempenho na Copa América, no Chile, quando caiu diante do Paraguai nas quartas de final. O meia Fred, do Shakhtar Donetsk, foi flagrado num exame antidopingrealizado durante a competição encerrada no início do mês. Se a contraprova a ser analisada nesta terça-feira for positiva — como ocorre na maioria dos casos —, o jogador deverá ser suspenso por quatro anos.

Segundo o site da Fox Sports, que antecipou a notícia, o diurético hidroclorotiazida foi detectado na urina de Fred. Tal substância está entre as “não especificadas” no código mundial antidoping, que ocasionam punições mais rigorosas.

A pouco mais de dois meses do confronto com o Chile, na estreia nas Eliminatórias para a Copa de 2018, a CBF aguarda com cautela a prova B ser aberta nesta terça, num laboratório na Colômbia.

– O processo ainda vai se completa – disse o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. – A partir daí, pessoas ligadas à comissão técnica irão se pronunciar.

Fred está com o Shakhtar na Turquia, onde o time enfrenta também nesta terça-feira o Fenerbahçe, pelas eliminatórias da Champions League. Sua participação no jogo está ameaçada, já que, caso a contraprova seja positiva, a suspensão por 30 dias é automática, antes mesmo do julgamento da Fifa.

O médico Fernando Solera, presidente da Comissão de Controle de Doping da CBF, e integrante do quadro da Fifa, não quis falar especificamente sobre Fred, mas fez uma análise genérica:

– Em 35 anos nessa área, vi somente um caso dar positivo na prova A e negativo na B.

Se Fred for suspenso, causará dois prejuízos ao futebol brasileiro: à seleção, que já não terá Neymar nos dois primeiros jogos das Eliminatórias – contra Chile e Venezuela -, e à equipe olímpica, já que, aos 22 anos, o jovem meia disputou alguns amistosos ainda sob o comando de Alexandre Gallo.

O diurético hidroclorotiazida é usado normalmente no tratamento de hipertensão, insuficiência cardíaca, cirrose hepática e problema renal. É proibido em competições esportivas por eliminar o vestígio de drogas e anfetaminas que tenham sido consumidas.

– Um lutador, por exemplo, usa a substância para reduzir o peso e entrar numa categoria abaixo da sua – explicou Fernando Solera, presidente da Comissão de Controle de Doping da CBF.

– Há atletas que tomam porque usaram anabolizante, estimulante e droga pesada, e precisam eliminar os vestígios.

O médico Fernando Solera lembra que a Fifa considera grave a uso do diurético:

– A punição é pesada porque o diurético tende a mascarar. É a fraude em cima de uma fraude. E estamos atrás do esporte limpo.

A seleção não corre risco de punição caso a contraprova confirme o doping de Fred, convocado para a Copa América em substituição a Luiz Gustavo, do Wolfsburg, que se machucou.

– Somente existe sanção para o clube, a seleção ou a organização quando se tem mais de dois atletas dopados na mesma partida ou, pelo menos, no mesmo torneio – explicou Fernando Solera.

Fonte: Extra Online

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