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Alagoas é referência nacional em campanha do desarmamento

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Estado investirá em dois microônibus para aumentar conscientização; especialistas apontam medida como ferramenta para redução de mortes

A campanha do desarmamento em Alagoas é referência nacional e agora vai contar com dois microônibus que estão sendo equipados exclusivamente para auxiliarem na política de controle de armas. Esta é uma das novidades da Secretaria de Estado de Prevenção Social à Violência (Seprev), que está ampliando a área de atuação para focar, principalmente, na prevenção das causas da violência no Estado.

 O investimento do Governo de Alagoas leva em conta a taxa de mortalidade por armas de fogo no Brasil, indicador que leva em conta o crescimento da população, que ficou em 21,9 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2012.

 Essa taxa é a segunda mais alta já registrada pelo Mapa da Violência, menor apenas que a verificada em 2003, que foi de 22,2 mortes para cada 100 mil habitantes. No caso específico dos homicídios praticados com armas de fogo, a taxa de mortalidade de 2012 (20,7) é a mais elevada desde 1980.

 Segundo o estudo, que separa os dados dos homicídios por faixa etária, os jovens de 19 anos são as principais vítimas, com 62,9 mortes para cada 100 mil habitantes. Em seguida vêm os de 20 anos, com 62,5 mortes para cada 100 mil habitantes.

Para o especialista Antonio Rangel Bandeira, autor do livro “Armas de Fogo: Proteção ou Risco?”, a utilização inadequada das armas por parte da sociedade civil é um dos fatores para este alto índice. “Muitas vezes as pessoas compram armas para proteção, iludidas pelas emoções, para fazer segurança da família e até mesmo justiça com as próprias mãos”, disse.

 De acordo com Rangel, as ferramentas mais importantes para mudar esta estatística é o repasse de informação para a população e uma campanha efetiva de entrega voluntária de armas.

 “O principal objetivo é diminuir o número de armas em circulação, convencendo os cidadãos do risco que elas representam como causadoras de acidentes, suicídios, homicídios intrafamiliares e entre conhecidos”, destacou Rangel.