Maitê Proença critica Globo: “não é pra você ser de verdade”

A atriz Maitê Proença é a entrevistada da edição comemorativa de 40 anos da revista masculina Playboy, que chegou às bancas nesta semana. Uma das estrelas da TV Globo, a atriz alfinetou a emissora: “pelas minhas experiências, fui me tornando uma pessoa muito de verdade, e a Globo não é um lugar para você ser de verdade”.

Na entrevista, a artista relembrou de seu ingresso à emissora e falou das dificuldades de adaptação pelas quais passou em 1979, quando fazia sua estreia na teledramaturgia.

Maitê contou que por muito pouco não desistiu de ser atriz, justamente a carreira  que a transformaria em um dos maiores ícones de beleza do Brasil. Ela contou que naquela época despertava inveja dos colegas nas primeiras novelas globais que participou, quando ainda era uma estudante de teatro sem experiência em TV. “[A Globo] É um lugar onde todo mundo é vaidoso, as pessoas esperam que você as reconheça, e eu não sabia quem deveria ser reconhecido porque nunca tinha visto televisão. Não sabia que tinha de lidar com figurinista de forma superlativa, falar que a roupa era extraordinária, fantástica, maravilhosa”, disse ela na entrevista à Playboy.

Desde então, a paulista nascida em Campinas mudou para o Rio de Janeiro, mas não gostou da cidade, a princípio. “Achava as pessoas muito histriônicas”, comentou a artista usando uma impressão que terminou por impregnar suas relações de trabalho na emissora. “Eu era ingênua nessa linguagem específica superlativa carioca dentro da TV Globo”, explicou.

Capa da revista

O primeiro ensaio de Maitê Proença para a Playboy foi publicado em 1987. Na entrevista, ela afirmou que para fazer aquelas sessão de fotos decidiu tomar medidas radicais na véspera. “Um dia antes de começar o ensaio, me achei gorda e fiquei três dias sem comer. No quarto dia, desmaiei no meu quarto de hotel.” Era o último dia da sessão, segundo Maitê, e ela conseguiu reunir forças para telefonar para um amigo que a acudiu e a alimentou. “Acho que depois saí para beber, e não era uma coisa muito razoável a se fazer”, relembrou.

A edição de agosto celebra os 40 anos de Playboy no Brasil com uma seleção de 40 grandes ensaios clicados ao longo destas quatro décadas. Além disso, há uma produção inédita é assinada pelo fotógrafo J.R. Duran; uma reportagem documentando os bastidores do nascimento da revista em 1975 — ainda sob o nome A Revista do Homem — tendo como pano de fundo a censura do Regime Militar; e a participação de personalidades que abrem suas coleções para revelar quais as três edições que mais marcaram suas vidas.