Carioca conta que visitava templo 1 minuto antes de ele ser atingido. 'Senti um baque nas costas. Estava a uns 50 metros do lugar', relata.
Um estouro e um grande impacto nas costas. Assim a brasileira Roberta Avelino, de 27 anos, descreve o que sentiu quando uma bomba explodiu a poucos metros dela em Bangcoc na segunda-feira (18). O atentado na capital tailandesa deixou ao menos 20 mortos e mais de 100 feridos.
Roberta e seu marido tinham acabado de deixar o templo de Erawan, um marco turístico atingido pelo explosivo, detonado por uma motocicleta. “Foi coisa de um minuto. Estávamos a uns 50 metros do lugar da explosão”, conta, ainda assustada.
Ela relata que o templo estava cheio de visitantes. “A gente estava vendo algumas dançarinas se apresentando na porta, tudo muito bonito. Aí meu marido me perguntou: ‘Você quer ficar aqui ou quer ir?’ Falei: ‘Vamos’. Não passou nem um minuto e ouvi o estouro, senti o baque nas minhas costas. Era como uma onda passando, nem sei como explicar. Foi bem atrás de mim”, diz.
Natural do Rio de Janeiro, Roberta é casada com um austríaco e trabalha como assistente administrativa na Embaixada do Brasil em Viena. Ela e o marido chegaram à Tailândia para uma viagem de férias na própria segunda-feira. Iriam passar três semanas no país, mas talvez mudem os planos por causa do atentado. “Agora não sabemos mais o que vamos fazer.”
Demora pelo socorro
Segundo a brasileira, as pessoas que estavam nos arredores do local do ataque demoraram a entender a dimensão do que havia acontecido.
“Elas estavam completamente confusas. Algumas disseram que eram fogos. Aí uma moça disse: ‘Não são fogos, é uma bomba’. A gente correu. Mas fiquei impressionada de ver que o trânsito não parou, as pessoas continuaram andando. Acho que demoraram a perceber”, afirma.
Roberta conta que o socorro demorou a chegar. “Passou 20 minutos e nada. Só depois a polícia e as ambulâncias começaram a vir.”
Segundo ela, a bomba explodiu em uma esquina onde ficava um shopping com lojas de grife, ao lado do templo. Ela havia gravado um vídeo do templo logo antes do acontecido. “Vejo na imprensa as fotos da destruição, as colunas deformadas. Vejo as pessoas no meu vídeo, não sei se elas estão vivas.”
Policiamento e detectores de metal
Roberta diz que a rotina da cidade mudou após o atentado e que agora há policiais o dia todo em frente ao seu hotel e que a rua onde a bomba explodiu continua fechada. Também conta que instalaram detectores de metais nas estações de metrô.
Ela e o marido decidiram ficar mais alguns dias em Bangcoc para decidir o que fazer. “Disseram que provavelmente vai haver outro atentado, mas não vai ser aqui, porque há muito policiamento. Queríamos ir para o sul, mas lá pode ser perigoso, não sabemos ainda o que vamos fazer. Estamos monitorando a situação.”
Ela ainda está impressionada com o que aconteceu. “Quando penso que por um minuto eu poderia estar lá. Teve vários turistas entre as vítimas, eu poderia ser uma delas.”