Apesar da chuva que castigou Maceió, nesta quinta-feira, 20, a Feira Camponesa Itinerante chegou ao bairro do Pinheiro, trazendo alimentos saudáveis para a população maceioense. O evento, que reúne cerca de 25 camponeses e camponesas, permanece ao lado da Igreja Menino Jesus de Praga até o meio-dia do sábado.
O sertanejo Pedro Alves, 60 anos, é um dos agricultores que comercializa seus produtos na feira. De Água Branca, do assentamento “Todos os Santos”, ele trouxe o feijão de corda, a abóbora, o maxixe, ovos e galinha de capoeira.
Com orgulho, Pedro fala da conquista da terra com afirmação de sua liberdade. “Lembro do dia 1º de novembro (2002), quando entramos na terra e decidimos que era ali que construiríamos nossas vidas. Hoje são 140 famílias que têm seus lotes, produzem e tiram seu sustento do campo”, afirmou o agricultor.
Organizada pela Comissão Pastoral da Terra, a Feira é um importante meio para Pedro e tantos outros assentados e acampados em Alagoas escoarem os frutos da reforma agrária e garantirem sua fonte de renda.
“Aqui, na Feira Camponesa, são os próprios camponeses e camponesas quem vendem para o consumidor final, não existindo a figura do atravessador. Isso é bom para os dois lados, o alimento é vendido a preço justo e ainda assim sai barato para o comprador”, afirmou a agrônoma Heloísa Amaral, coordenadora da CPT responsável pela feira.
Diante do dia chuvoso, o sertanejo só lamentou a seca no sertão. “Tenho perdido muita roça porque não chove. E, apesar do canal do sertão passar perto de onde moro, só temos acesso à água através de carro-pipa. O canal beneficiou mesmo aos grandes proprietários de terra. Nós temos que continuar nossa luta pela água para ampliar nossa produção e viver melhor”, concluiu Pedro.