Pela primeira vez, Maceió sedia um dos mais conceituados eventos de artes cênicas do país. Trata-se do Festival do Teatro Brasileiro, que há 17 anos percorre o Brasil levando além de espetáculos consagrados, residência artística, ações educativas e de formação de plateia. A programação completa se estende até o dia 21 deste mês, mas é no período de 11 a 19 de setembro, que vários espetáculos serão encenados gratuitamente para o público alagoano.
Para abrir a temporada, a primeira apresentação acontece na próxima sexta-feira (11), às 20h, no Teatro Deodoro, que recebe o espetáculo Silêncio Total, do Piollin Grupo de Teatro. O monólogo é encenado há quase 30 anos pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos, o mesmo que atualmente dá vida ao personagem Bento na novela Além do Tempo, da Rede Globo.
No dia 12, a partir das 18h, o grupo Quem Tem Boca é pra Gritar apresenta o espetáculo de ruaCancão, Malazarte e Trupizupe, no conjunto residencial Vila dos Pescadores, no bairro do Sobral. No mesmo dia 12, às 20h, o Teatro Jofre Soares recebe o ator veterano Fernando Teixeira, do Grupo de Teatro Bigorna, para apresentação do monólogo Esparrela, um dos espetáculos mais premiados da cena paraibana, em cartaz há mais de 40 anos.
No dia 17, às 20h, é a vez do público alagoano voltar ao Teatro Deodoro para conferir o espetáculoComo Nasce um Cabra da Peste, da Agitada Gang – Grupo de Atores e Palhaços da Paraíba. No dia seguinte, às 20h, o Milagre Brasileiro, do Coletivo de Teatro Alfenim, ocupa a Sala Preta do Espaço Cultural da Universidade Federal de Alagoas, na Praça Sinimbu.
O período de apresentações do Festival do Teatro Brasileiro em Maceió será encerrado no dia 19, com show do músico Chico César, DJ Chico Correia e o espetáculo de dança Nordestinidade, daCompanhia de Projeções Folclóricas Raízes. O fechamento da maratona de exibições acontece na Praça Multieventos, na orla de Pajuçara, a partir das 18h.
Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. Os interessados devem pegar os ingressos nos locais das apresentações, duas horas antes do início dos espetáculos.
Sobre o Festival do Teatro Brasileiro
O Festival do Teatro Brasileiro é um projeto de intercâmbio interestadual, singular no país, que a cada edição seleciona espetáculos de diferentes segmentos da produção cênica de um determinado Estado e os apresenta em outras cidades do país.
Segundo o presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural, Vinicius Palmeira, a inserção de Alagoas no circuito do Festival ajuda a movimentar a cena artística maceioense. “É importante não perder de vista que o Festival do Teatro Brasileiro vai muito além das apresentações gratuitas, ele possibilita um intercâmbio artístico e profissional importantíssimo principalmente para o segmento cultural das artes cênicas”, explica.
O gestor destaca também o caráter educativo que estrutura o Festival. “Temos 800 crianças da rede pública municipal de ensino participando de atividades pedagógicas que contribuem para a ampliação dos horizontes e formação de cidadãos mais conscientes”, diz Palmeira.
Um pouco de história
Criado em 1999 em Brasília por Sérgio Bacelar, o FTB surgiu como Mostra de Teatro da Bahia. Na terceira edição, em 2002, assumiu a conotação nacional, mantendo o foco na cena baiana. A partir do ano seguinte, teve cada edição centrada na cena teatral de um estado.
O projeto já contemplou as Cenas Baiana, Pernambucana, Mineira, Cearense, Gaúcha, Paranaense e Cena DF, levando companhias e coletivos teatrais desses estados para apresentações de seus espetáculos em outros estados e regiões, promovendo um rico intercâmbio de norte a sul, em um vaivém cênico por capitais e outras cidades de todo o país.
O festival chega a Alagoas depois de aportar em cidades do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Ceará, Maranhão e Acre.
O Festival é apresentado pelo Ministério da Cultura e Petrobras e sua etapa alagoana tem o apoio cultural do SESC, Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), do Governo do Estado por meio da Diretoria de Teatros de Alagoas (Diteal), e da Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), com a co-realização pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).