BANCOC (Thomson Reuters Foundation) – Os testes de HIV e o tratamento para as mulheres grávidas com o vírus reduziram as infecções entre crianças na Ásia em mais de 25 por cento desde 2000, mas muitos bebês nascidos de mães com HIV ainda não estão sendo testados ou recebendo os medicamentos adequados.
Apenas uma em cada quatro crianças nascidas de mães com HIV na região do leste da Ásia-Pacífico foi testada logo após o nascimento, e apenas cerca de metade das crianças identificadas como soropositivas recebem o tratamento de que necessitam, informou a Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira.
“Todos nós temos de garantir que mesmo as crianças e as famílias em áreas de mais difícil acesso façam o teste e recebam o tratamento eficaz”, disse Daniel Toole, diretor regional do Unicef para o Leste Asiático e Pacífico, regiões que abrigam um terço da população do mundo.
Mais mulheres grávidas que vivem com HIV estão sendo diagnosticadas e tratadas do que nunca, sendo que a proporção de mulheres grávidas soropositivas que recebem o tratamento mais do que duplicou entre 2010 e 2014.
Sem tratamento, incluindo medicamentos antirretrovirais, as mulheres HIV-positivas têm risco de até 45 por cento de transmitir o vírus a seus filhos, disse a ONU. Com o tratamento adequado, o risco de uma mãe transmitir o vírus cai para cerca de 1 por cento.
De acordo com a Unaids, houve 21.000 novas infecções entre crianças na região da Ásia-Pacífico em 2014, uma queda de 27 por cento em relação às 29.000 em 2000.
“Se os países da região da Ásia-Pacífico redobrarem esforços e garantirem a todas as mulheres grávidas que façam o teste no início de sua gravidez e recebam tratamento, então podemos chegar a zero infecções por HIV em crianças”, disse Steve Kraus, diretor regional da Unaids.
Em junho de 2015, a Organização Mundial de Saúde confirmou que Cuba foi o primeiro país do mundo a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho. “Cuba provou ao mundo que isso é possível, e eu desafio os países da região a mostrar seu compromisso de uma geração livre da a Aids”, disse Kraus.
(Reportagem de Alisa Tang)