Em 1985, pela televisão, o Brasil comemorava o primeiro presidente eleito em 21 anos, se divertia com Sinhozinho Malta e Viúva Porcina, acompanhava uma invasão eletrônica e se emocionava com uma canção. O Queen foi a maior atração do primeiro Rock in Rio, há 30 anos atrás, e agora a banda está de volta.
“Estamos muito felizes de estar aqui mais uma vez”, conta o baterista Roger Taylor.
“A energia que veio do público, fazia você se sentir incrível”, conta o guitarrista Brian May.
“Segundo esses senhores aqui, o público brasileiro é o melhor do mundo”, diz o cantor Adam Lambert.
O americano Adam Lambert é quem assumiu os vocais que foram de Freddie Mercury, um dos maiores ídolos do rock, que morreu em 1991, um dia após divulgar ao mundo que era portador do vírus HIV.
“Nós nunca procuramos ninguém parecido com o Freddie. Na verdade, nunca procuramos ninguém. Esse cara caiu do céu”, conta Brian.
Na verdade, Adam saiu de um reality show da TV americana. Sua performance cantando Queen conquistou todo mundo. “O mundo inteiro mandou mensagem dizendo: ‘Vocês precisam ver esse cara’. E quando a gente foi ver, pensou: ‘Meu deus, esse cara realmente consegue fazer isso’”, lembra Brian.
Poliana Abritta: Como foi ser convidado para cantar com o Queen?
Adam: Foi uma honra. Essa é uma das maiores bandas de rock da história. Suas músicas fazem parte da vida de todos.
Mas como os fãs de Freddie tratam Adam? “Está melhorando. Você ainda vê algumas pessoas com os braços cruzados no meio da plateia. Mas você canta três, quatro, cinco músicas e eles pensam: ‘Ah, tudo bem’. No final estão todos rindo e dançando”, brinca o cantor.
Poliana Abritta: Tem alguma música em especial que quando você canta, conquista o público? Adam:‘Who Wants To Live Forever’ tem muita emoção.
“‘The Show Must Go On’ é incrível. O Freddie nunca teve a chance de cantar essa música no palco e o Adam canta de um jeito tão maravilhoso, o Freddie iria amar”, lembra Brian.
E a música que emocionou os brasileiros em 1985, ‘Love Of My Life’?
“Na verdade, essa é uma coisa especial. Foi o Brasil que meio que descobriu essa música. Se tornou um hino aqui no país”, conta Brian.
“O público tomou conta da música e cantou até o final”, lembra Roger.
Mas será que aqueles concertos foram tão épicos para eles quanto foram para a gente?
“Para a gente também foi inesquecível”, diz Brian.
“Foram dois shows e a plateia parecia que não tinha fim, cantando tão bonito”, lembra Brian.
E energia é o que não falta, para Adam e esses dois garotos com mais de 60 anos. “A gente ainda consegue fazer muita festa”, brinca Brian.
“Eu apenas tento acompanhar o ritmo desse daqui”, afirma Adam.
“O rock n’roll não vai morrer nunca”, diz Roger.