Familiares e amigos de reeducandos do sistema prisional alagoano realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira, 17, denunciando supostos maus-tratos contra os detentos e familiares, segundo eles, principalmente contra aqueles que estão custodiados no presídio de unidade mista do Agreste.
O protesto foi realizado por dezenas de pessoas que bloquearam um dos trechos da Avenida da Paz, no bairro de Jaraguá. Os manifestantes usaram pneus com auxílio de fogo para impedir o trânsito de veículos sentido Pajuçara/Centro. A via foi liberada e os manifestantes seguiram em marcha até um dos trechos da Avenida da Paz, próximo à Praça Marcílio Dias, onde voltaram a bloquear.
Um grande aparato policial foi montado para tentar conter os manifestantes e desobstruir a via, com Cavalaria, Radiopatrulha e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), todos da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL). De acordo com comandante Carlos Amorim, do 1º BPM, não seria preciso o auxílio da força, uma vez que os manifestantes queriam apenas ser ouvidos pela imprensa. “Nós intermediamos e logo após eles mesmo liberaram a pista sem o auxílio da força policial”, assegurou.
Mas, a principal reivindicação, de acordo com Maria Aparecida, são os maus-tratos que os reeducandos estão sofrendo no sistema prisional. Segundo ela, que tem o filho na unidade do Agreste, ele está comendo comida com bichos e sofrendo agressões físicas.
“Ele não me disse diretamente, mas na última visita que lhe fiz vi que ele estava bem machucado, apresentando alguns hematomas e depois de muitos questionamentos ele soutou a informação, mas sem detalhes com medo de retaliações”, destacou a Aparecida.
Ainda de acordo com ela, os pertences que são deixados na unidade para entregar aos detentos não chegam ao seu destino. “Isso é roupa, comida, objetos pessoais, se eles não podem receber os objetos, nós devemos ser informadas e ter os objetos para retornar para casa e não deixar para os agentes penitenciários”.
Os manifestantes expuseram faixas onde pedem a saída do atual diretor da unidade prisional do Agreste e pedindo melhores condições para a custódia dos presos. “Eles erraram e estão pagando, mas nem bichos merecem comer comida azeda e não é só no Agreste, é também nas unidades de Maceió”, desabafou uma mulher de reeducando que não quis se identificar.
O Presídio do Agreste está situado no município de Girau do Ponciano, a 165 km de Maceió, e é uma unidade mista, sendo regulada pelo Estado e setor privado. A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado e Ressocialização foi contactada pela telefonia móvel, mas não atenderam as ligações.