O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, foi um dos cabeças de esquema de ingressos da Copa do Mundo de 2014 no qual ele lucrou 2 milhões de euros, cerca de R$ 9 milhões, revelou o site do jornal O Estado de S.Paulo nesta quinta-feira.
De acordo com a reportagem de Jamil Chade – colaborador da ESPN na Europa -, fechou acordos para ficar com 50% dos lucros da venda de entradas para o evento no Brasil.
A acusação partiu de Benny Alon, dono da empresa JB Marketing, que desde 1990 trabalha com a venda de ingressos para os Mundiais. Ele ainda afirmou que 8,3 mil entradas para a Copa desapareceram e que teriam de ser vendidas por Valcke.
A matéria mostra troca de e-mails entre o empresário e o dirigente, segundo no escalão de poder da Fifa, em que Alon acusa Valcke de tirar proveito de ingressos de áreas nobres dos estádios da Copa do Mundo.
Um exemplo dado pelo empresário é de entradas para os três primeiros jogos da campeã Alemanha: valor de face de US$ 190 estavam sendo vendidos por US$ 570, com total conhecimento da Fifa. Para os jogos das oitavas de final, ingressos de US$ 230 eram vendidos por US$ 1,3 mil; 50 dessas entradas eram para jogos em São Paulo.
“Ganhamos US$ 114 mil cada sobre a Alemanha”, disse Alon para Valcke em um e-mail. O empresário garante que o secretário-geral teria lucrado “mais de 2 milhões de euros. Ele ganharia parte dos lucros”.
Em 2014, uma investigação da Polícia Federal brasileira acusou Ray Whelan, diretor da Match (responsável por vender ingressos para a Copa), de liderar uma quadrilha de venda de ingressos no mercado paralelo, e Valcke ficou preocupado com o caso, também relatou Benny Alon. Parceiro comercial do empresário, Heinz Schild garantiu que o dirigente sabia do envolvimento de Whelan com “mercado negro”.