Segundo servidores, apenas atendimento agendado será mantido
Os servidores do PAM Salgadinho decretaram greve geral dos serviços prestados na unidade de saúde. A partir de agora, nenhum atendimento será realizado dentro da unidade, a não ser aqueles que já possuem algum agendamento prévio. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado de Alagoas (Sindprev-AL), Cícero Lourenço.
Antes da paralisação, que só atingia alguns serviços e cerca de 50% dos médicos, agora vai ser estendida aos 590 servidores que trabalham com serviços gerais de limpeza, enfermagem e atendimento básico. “Como vocês já sabem, a situação aqui é cada dia pior e não há condições salubres para ninguém”, relembra Lourenço.
Dentro da unidade, vários pacientes se amontoavam em filas para conseguir falar com um atendente ou mesmo para garantir o atendimento, principalmente àqueles que possuem ficha agendada com antecedência. Esse é o caso da camareira Núbia Regina, que foi a última paciente a ser atendida pela médica Vera Lúcia. “Os médicos até que vêm, o que não tem aqui é material… A doutora Vera atendeu 11 pessoas, e eu fui a 11º, e só fui atendida porque ela comprou material”, garante Núbia.
A situação de descaso é ainda denunciada por técnicos de enfermagem que ainda insistiam em trabalhar no local pelo período da manhã. Segundo Elisiane dos Santos, técnica do laboratório de esterilização, os dois autoclaves que realizam o trabalho de limpeza dos equipamentos médicos estão danificados. “O primeiro aconteceu em 2014 e já vai fazer um ano que está assim. O último foi agora, nas últimas semanas”, diz a trabalhadora que ainda revela: “Estamos desabastecidos, não temos luvas ou máscaras”.
Prefeito lamenta
Ao ser informado de que o Pam Salgadinho amanheceu hoje de portas fechadas, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), lamentou o ocorrido e criticou os servidores ao disparar que eles deveriam informar com antecedência à Prefeitura de Maceió. “Lamentável os servidores, qualquer que sejam eles, fechar o equipamento e prejudicar a população sem comunicar antes o município. Greve também tem regra e, para que haja greve, precisamos de um período, e de sermos notificados”, disse o prefeito.
Palmeira lembrou ainda que a secretária Syvanna Medeiros esteve na localidade na última sexta-feira (18) para debater sobre as iniciativas que buscam revitalizar a unidade. “Nós já acionamos a ordem de serviço, mas por conta do imbróglio, a unidade nunca foi passada de vez do Ministério da Saúde para a Prefeitura, e essa obra não pôde ser iniciada, mas nós conversamos com a secretária e não vamos esperar mais o ministério, haja visto que assinamos as obras há mais de 40 dias”, lembra. Palmeira garantiu ainda que a reforma deve começar o quanto antes.
Em relação a falta de materiais, o prefeito de Maceió foi esquivo e lembrou que esse problema não é exclusivo da sua gestão. “Não tenho conhecimento dessa situação, acredito que todos os problemas do mundo surgiram quando instalamos no ponto eletrônico, é até interessante que servidores estão há 40 anos e convivem com esses problemas, mas só agora começou essa rebelião”, afirma.
