Não é arriscado dizer que Tulio Costa se tornou tão célebre quanto as estrelas internacionais que vêm ao Brasil. Entre os fãs , ele é reconhecido como “o segurança” de estrelas como Paul McCartney, Madonna, Tom Cruise e Hugh Jackman, que até o chama pelo nome. O policial civil carioca, um “armário” de 1,90m, neste Rock in Rio fez a escolta do Queen e vai prestar serviço para Katy Perry. Já Rihanna está chateada com ele. “Ela queria que eu fizesse pessoalmente a segurança, mas estarei viajando com o Queen”, conta ele, que, há 25 anos, é uma espécie de babá dos famosos: “Dou dicas de passeios e até do que vestir”.
Qual o segredo para ser bem-sucedido no ramo?
Falar inglês fluentemente, se antecipar aos problemas, não dormir e jamais invadir a privacidade da estrela: “Eu, particularmente, faço uma extensa pesquisa sobre a vida da pessoa, o que ela gosta, data de aniversário, particularidades”.
Como você começou a fazer a segurança de famosos que vêm ao Brasil?
Sou policial civil. Trabalho na Delegacia de Atendimento ao Turista, no Leblon, Zona Sul do Rio. Fui o policial mais novo da minha turma, Como sabiam que eu falava inglês fluentemente, me destacaram para a equipe brasileira que foi designada para a segurança do Paul McCartney, em 1990. Daí, um dos seguranças dele passou mal e fui chamado para assumir o posto. Na primeira noite, evitei que quatro fãs invadissem o quarto dele no Copacabana palace. No dia seguinte, ele pediu que eu fizesse a escolta da filha dele, a Stella, que ainda era uma criança. E não parei mais.
Você já fez segurança de muita gente nas edições do Rock in Rio. Quem te deu mais trabalho?
O Axl Rose (vocalista do Guns N’ Roses) deu uma dor de cabeça. Ele atrasou quatro horas e toda a logística de segurança teve que ser mudada.
Você é policial e deve ver algumas coisas que podem ferir as leis do país. Como lida?
Estou ali para fazer a segurança do artista, mas não esqueço que sou um agente da lei. Na última vez em que Madonna esteve no Brasil, um segurança particular dela se estressou com um paparazzo. E partiu para cima dele. E interpelei dizendo que se ele ferisse o profissional seria preso por mim. Ele voltou atrás.
E os fãs? Já teve alguma cantada histórica para deixar que alguém visse seu ídolo?
Os fãs fazem qualquer coisa para ver uma estrela que eles amam. Respeito isso. Converso, fico amigo. Tem que compreender. Mas não tem essa de cantada ou suborno. Faço cara de mau e não deixo que a pessoa nem termine a frase. Mas já me ofereceram o que você imaginar.
Você chegou a ficar íntimo de alguém? Pede autógrafo, selfie?
Só pedi autógrafo a Arnold Schwarzenegger para os meus filhos. No domingo passado, levei o Brian May, do Queen, ao Cristo e ele: “Vem Tulio, vamos fazer uma selfie”. Eu mesmo não peço. Estou ali cumprindo minha função. Falo às vezes com o Jason Momoa (ator de “Conan” e de “Game of Thrones”) por email.
A banda Queen só trabalha com você no Brasil. Como é essa relação?
Eles já me chamam pelo nome. Trabalho para eles há anos e temos uma relação bacana. Mas não sou amigo dos integrantes, não nos falamos após o trabalho. Durante, dou dicas de restaurantes para jantar, passeios. Até dei uma dica do que vestir ao Adam (Lambert, atual vocalista da banda) quando ele quis andar de bicileta aqui no Rio. Falei que era um lugar muito quente para andar com aquelas roupas de frio.
Se você pudesse listar o top five dos famosos mais legais, quem estaria nele?
Ricky Martin, Hugh Jackman (ele até me deu bolo de aniversário), Queen Latifah, Adam Lambert e Stevie Wonder.
Quanto uma celebridade paga para ter seu serviço?
Depende do que vai ser. Já ganhei até US$ 1 mil por dia.
Você está rico?
Não, ainda tenho muito carnê para pagar.