O professor universitário Magno Francisco, primo do jovem Davi da Silva, de 17 anos, desaparecido desde uma abordagem policial no dia 25 de agosto de 2014, foi a Brasília (DF) denunciar um suposto plano para assassiná-lo. O professor contou com o apoio do advogado Pedro Montenegro e do deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), para tentar uma audiência no Ministério da Justiça.
Em um vídeo gravado por Magno Francisco, amplamente divulgado nas redes sociais, ele afirma ter recebido de uma “fonte” ligada ao aparelho de segurança a informação de que um grupo de extermínio ligado à polícia teria um plano para tirar a sua vida. Magno está fora do Estado desde que foi informado do plano.
Ainda no vídeo, Magno Francisco, que tenta junto à OAB e à Justiça determinar como se deu o desaparecimento e provável morte de Davi da Silva, tenta estabelecer um ‘link’ entre um atentado sofrido pela tia (mãe de Davi) no Mercado da Produção, e a morte da soldado Izabelle Pereira durante uma ronda no Sítio São Jorge. A soldado iria denunciar fatos relacionados com o desaparecimento de Davi.
Magno pede que sua denúncia repercuta ‘amplamente’, como forma de chegar ao Ministério da Justiça e ao governador Renan Filho (PMDB). “Chega de grupos de extermínio, chega de sindicatos do crime”, defende o professor no seu discurso.
A Secretaria de Segurança Pública informou por meio da sua assessoria que até agora não recebeu nenhuma informação oficialmente sobre as ameaças de morte. “As denúncias, sem as provas, são consideradas infundadas e não exigem no momento nenhum pronunciamento. O que será feito mediante fundamentação”.
Caso Davi
Davi Silva desapareceu após ser abordado por uma guarnição da Radiopatrulha no Complexo Benedito Bentes, onde morava. Dois jovens foram detidos, mas apenas Davi foi levado pela guarnição e nunca mais foi encontrado. Em agosto desse ano, a família chegou a afirmar que reconhecera o corpo do adolescente, encontrado em uma região de mata no Conjunto José Tenório. Os exames, no entanto, desmentiram a informação.
O Ministério Público Estadual denunciou os quatro militares envolvidos na abordagem por sequestro, tortura e ocultação de cadáver. Todos seguem em liberdade e trabalhando.