Uma investigação desencadeada pela Polícia Federal (PF) desde 2014 identificou um homem de 48 anos acusado de filmar, armazenar e compartilhar material pornográfico com crianças e adolescentes. Os detalhes da operação foram repassados pela PF na manhã desta segunda-feira (28), na sede do órgão, localizada no Jaraguá, em entrevista à imprensa.
De acordo com o delegado André Santos Costa, que coordenou a investigação, Denivaldo da Rocha Melo foi descoberto pela polícia e preso na semana passada no bairro do Prado, na capital alagoana, após levantamentos realizados pelo setor de inteligência que investiga crimes de pedofilia na internet.
Segundo informações do delegado, o homem mantinha uma rede de contatos internacional onde divulgava as filmagens que fazia, bem como recebia vídeos pornográficos sempre com crianças ou adolescentes entre 8 a 10 anos. “Apreendemos o computador há alguns meses e identificados um vasto conteúdo em que ele aparece molestando as crianças”, diz o delegado.
O número de vítimas ainda não foi levantado pela Polícia Federal que solicita, por meio da divulgação da foto do acusado, que os pais possam ajudar a robustecer o processo contra Denivaldo, que segue preso na carceragem da PF. “Esse é um caso um pouco diferente do que já pegamos aqui, que é basicamente de baixar vídeos e compartilhar… Esse rapaz produzia os vídeos, de forma caseira, seja em casa ou em Quebrangulo, onde trabalhava como topógrafo”, explica o delegado.
A maneira como Denivaldo atraía as crianças para realizar os atos sexuais ainda é duvidosa. A PF não sabe dizer se ele conquistava as crianças com dinheiro ou se ele utilizava de outras estratégias para fazer com que elas participassem dos vídeos, onde muitas vezes as vítimas não sabiam sequer que eram filmadas. “Em sua residência identificamos que ele tem uma microcâmera instalada. Em vários vídeos ele faz questão ainda de aparecer e, com isso, mandava esse conteúdo para outros países”, complementa o delegado.
Sabe-se ainda que ele tinha preferência por jovens entre 8 a 15 anos do sexo masculino. Agora, com os arquivos encontrados, o acusado terá que responder pelo crime de pedofilia ao compartilhar na internet as filmagens. Caso seja comprovado o estupro de vulnerável, a partir das denúncias de vítimas, a pena de Denivaldo pode ir de oito a 15 anos de prisão. “Estamos tentando encontrar alguns desses menores. Para que peçam apoio e procurem o Conselho Tutelar ou a Polícia Federal, pois já há em andamento uma ação penal contra esse infrator”, ressalta o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves.