Visita da prima durou 50 minutos. Namorado ficou mais tempo: uma hora. Ex-prefeita encaminhou lista com sete nomes de possíveis visitantes.
A ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite, recebeu nesta quinta-feira (1º) a visita de familiares e do namorado no alojamento do quartel do Corpo de Bombeiros (CBM), em São Luís, onde está presa desde a última segunda-feira (28), após se entregar na sede da Superintendência da Polícia Federal. Ela teve a prisão decretada por suspeita de desvio de recursos públicos da educação.
Por volta de 10h, Lidiane recebeu a primeira visita que foi de uma prima. Ela deixou ao Corpo de Bombeiros 50 minutos depois. Procurada pelo G1, a prima evitou dar detalhes da visita. “Eu não posso conversar, tenho prova agora”, disse.
A ex-prefeita Lidiane Leite também recebeu a visita por aproximadamente uma hora de um homem que seria o atual namorado. Ele entrou e saiu sem que a nossa equipe conseguisse identificá-lo.
Os visitantes chegaram ao quartel do Corpo de Bombeiros e foram até a portaria para os procedimentos de identificação. Segundo a assessoria do CBM, Lidiane entregou uma lista com sete nomes de possíveis visitantes. As visitas só pódem ser feitas duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras,das 9h às 11h e das 15h às 17h.
Na terça-feira (29), a equipe do G1 registrou a primeira visita recebida por Lidiane no alojamento. Foi a visita da mãe Marlene Leite que chegou acompanhada de um homem e este levava uma bolsa térmica.
A ex-prefeita de Bom Jardim ficou foragida por 39 dias. Em depoimento à PF, ela disse ter ficado escondida em uma aldeia indígena. “Ela disse que estava numa aldeia indígena de Bom Jardim, mas essa possibilidade a gente acredita que é remota, e a gente acredita que ela possa estar tentando esconder uma pessoa que pudesse estar ajudando”, afirmou ao G1 o delegado PF Ronildo Lajes, responsável pelo caso.
Sem privilégios
Nesta quarta-feira (30), o procurador da República no Maranhão Galtiênio da Cruz Paulino pediu que o juiz Federal José Magno Linhares reconsidere a decisão de permitir que Lidiane Leite fique presa no alojamento do quartel do Corpo de Bombeiros. Para o procurador, a ex-prefeita não se enquadra nas hipóteses legais que garantem o benefício da prisão especial.
Na segunda-feira (28), a juíza Ana Maria Almeida Vieira, titular da 1ª Vara de Execuções Penais de São Luís e Corregedora dos Presídios chegou a determinar que Lidiane Leite fosse transferida para a Penitenciária Feminina do Complexo de Pedrinhas. A decisão foi derrubada pelo magistrado federal, pois em seu entendimento a Penitenciária Feminina de Pedrinhas é um risco à integridade da ex-prefeita.
Prisão
Após ficar foragida por 39 dias, Lidiane Leite se entregou na sede da Polícia Federal na última segunda-feira (28). Em seu depoimento aos policiais, a ex-prefeita disse que ficou escondida em uma aldeia indígena trabalhando. A declaração gerou revolta nos líderes indígenas que negaram a informação. ““O que ela está querendo fazer é sujar a nossa imagem, a imagem da comunidade”, disse Francisco Guajajaras, cacique da aldeia Januária.
O local da prisão da ex-prefeita causou polêmica. Por determinação da Justiça Federal ela ficou alojada no quartel do Corpo de Bombeiros, depois de ficar por aproximadamente uma hora na Penitenciária Feminina de Pedrinhas, como havia determinado a Justiça Estadual.
Na quarta-feira (30) Lidiane teve uma longa conversa com seus advogados de defesa para definir as estratégias que serão adotadas.
Depressão
Uma fonte que pediu para ter a identidade preservada disse ao G1 que a ex-prefeita estaria assustada no alojamento. “Ela está o tempo todo deitada, triste o tempo todo, assustada e com a mesma roupa preta”, revelou.