As torcidas Mancha Azul e Comando Alvirrubro têm 90 dias para providenciar o cadastro de todos os seus integrantes. O prazo foi determinado nesta terça-feira (13), durante reunião no 3º Juizado Especial Cível e Criminal (JECC), no bairro Farol, em Maceió.
De acordo com o juiz Kleber Borba Rocha, auxiliar do 3º JECC, essa é a principal ação que deve ser posta em prática pelas torcidas organizadas para que voltem a frequentar os estádios. “Elas devem apresentar os dados até janeiro de 2016, quando começa o Campeonato Alagoano. Os membros integrantes serão cadastrados e receberão uma carteirinha de torcedor, confeccionada em conjunto com a Federação Alagoana de Futebol”, explicou o magistrado, ressaltando que o número de torcedores deve ser de aproximadamente cinco mil.
A Mancha Azul e o Comando Alvirrubro estão proibidos de ingressar nos estádios, com faixas, cartazes, bandeiras ou instrumentos musicais, desde abril deste ano, após decisão do desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
Para retornarem, deverão cumprir algumas medidas, como realizar o cadastro de seus integrantes, disponibilizar meio de transporte próprio para os respectivos membros nos dias de clássico, não entoar qualquer tipo de canto/hino agressivo à força pública e ingressar nos estádios com uma hora de antecedência. Nas praças esportivas, deve ser feita ainda a revista íntima das integrantes das torcidas e a separação/reserva de lugares específicos com o objetivo de facilitar a identificação dos torcedores comuns e dos membros das organizadas, em caso de eventual conflito.
“Algumas dessas medidas já estão sendo cumpridas, como é o caso da revista íntima e da reserva de lugares específicos. Vamos fazer o acompanhamento e verificar os pontos pendentes. É importante que os jogos ocorram com tranquilidade para que todos os torcedores possam frequentar os estádios de forma harmônica”, reforçou Kleber Rocha.
Os representantes das torcidas organizadas disseram que estão buscando cumprir todas as determinações. Segundo o presidente da Mancha Azul, Vanderli Nunes, tudo que é feito para evitar a violência é válido. “Nós queremos torcer, não permanecer desse jeito, proibidos de entrar nos estádios”. A ideia foi reforçada pelo diretor do Comando Alvirrubro, Osvaldo Júnior: “Violência não leva a nada não. Cada um tem o direito de torcer pelo seu time”.
A reunião foi conduzida pelo juiz Celyrio Adamastor Tenório, titular do 3º JECC, unidade à qual o Juizado do Torcedor está vinculado. Também participou a promotora de Justiça Sandra Malta, o primeiro tenente Veloso, representando a Polícia Militar, e o presidente da Federação Alagoana da Futebol, Felipe Feijó.