País africano ficou 42 dias sem registro de novos casos da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou neste sábado (7) Serra Leoa livre do ebola, um vírus que provocou a morte de milhares de pessoas e uma brutal recessão econômica.
“Hoje, 7 de novembro de 2015, a OMS declara o fim da epidemia de Ebola em Serra Leoa”, anunciou Anders Nordstrom, diretor da agência da ONU para Serra Leoa, em uma cerimônia na capital do país, Freetown.
O anúncio foi recebido com muitos aplausos.
A epidemia, a mais grave desde que o vírus foi identificado na região central da África em 1976, provocou mais de 11.300 mortes entre quase 29.000 casos registrados, um balanço que na realidade pode ser ainda maior, admite a OMS.
As vítimas se concentram em 99% em três países limítrofes: Guiné, onde teve início a epidemia em dezembro de 2013, Libéria e Serra Leoa.
Um país é considerado isento do Ebola quando registra dois períodos de 21 dias – a duração máxima da incubação do vírus – sem o registro de nenhum novo caso.
A Libéria também foi declarada livre da epidemia em setembro deste ano após passar 42 dias sem novos casos da doença. Segundo a OMS, agora o país passa por um período de vigilância de 90 dias. O primeiro anúncio aconteceu em maio, mas o vírus reapareceu no país em junho.
Já na Guiné, dois novos casos foram confirmados pela OMS em outubro, um em Forecariah, no oeste da Guiné, que parece estar ligado a uma cadeia de infecção já conhecida, e outro na capital, Conacri. No mais recente relatório semanal, a OMS informou que 382 pessoas estavam sob vigilância em Guiné, 141 delas consideradas de “alto risco”.
A epidemia de Ebola na África Ocidental, a mais grave desde a identificação do vírus na África Central em 1976, foi declarada em dezembro de 2013 no sul da Guiné, antes de propagar-se para as vizinhas Libéria e Serra Leoa.
Ebola no país
Serra Leoa, que recebeu críticas por algumas medidas extremas que adotou para erradicar o vírus, como o confinamento de toda a população em setembro de 2014 e em março de 2015, sofreu os efeitos devastadores da batalha contra a doença.
Além das perdas humanas, a epidemia teve um efeito devastador sobre a economia do país, cenário de uma das guerras civis mais violentas do continente africano, que deixou 120.000 mortos e milhares de mutilados entre 1991 e 2002.
Segundo o Banco Mundial, a economia do país deve registrar perdas de pelo menos 1,4 bilhão de dólares este ano e uma recessão sem precedentes de 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Além do impacto econômico da epidemia, o país também foi afetado pela queda do preço do ferro e a baixa no setor de mineração, já que os investidores internacionais fugiram do país por medo do vírus.