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Casal é preso por suspeita de torturar bebê de 9 meses

Criança estava desnutrida, desidratada e com afundamento de crânio.

Um casal foi preso na noite desta segunda-feira (9) em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, suspeito de torturar o próprio filho, um bebê de 9 meses. Como informou o Bom Dia Rio, a criança foi internada desnutrida, desidratada e com afundamento de crânio.

O caso comoveu até mesmo profissionais acostumados a conviver com a violência, como policiais médicos e enfermeiros. As marcas no corpo do menino de 9 meses assustam. Quem suspeitou dos maus tratos e socorreu o menino foi o vizinho, que mora na mesma rua, no Parque Floresta. R Rogério da Silva ficou impressionado com o estado da criança.

“Minha sogra chegou lá em casa, brincando com meu filho e dizendo que o filho do vizinho tinha tomado um choque. Quando a gente viu a cabeça da criança tinha uma diferença, tinha um oco tão grande que a cabeça estava meia torta. Fiquei desesperado e comecei a dizer ‘vamos para o médico, vamos para o médico’, mas a mãe não queria ir. Ameacei eles (os pais) para vir”, contou o vizinho.

O bebê foi levado para o Hospital Municipal de Belford Roxo. E o estado de saúde dele é crítico. A enfermeira Vanessa Santana fez o primeiro atendimento e contou que ele está desnutrido, desidratado, com sarna e teve afundamento de crânio.

“Fizemos os cuidados, demos banho, colocamos roupinha nele e aconchegamos ele. Ele só geme de dor, é muita dor”, lamenta a enfermeira.

O Conselho Tutelar foi acionado pela direção do hospital.

“Falei com a mãe e com o pai, que estavam presentes, meio apáticos. Ninguém se manifestou em defesa, ninguém falou nada. Aí, sabendo que a criança ia ficar internado, fomos para a delegacia para registrar o boletim de ocorrência, disse Paulo Patrocínio, do Conselho Tutelar.

Os pais do bebê são Antônio de Cares Geraldo, de 55 anos, e Nádia Freitas de Azevedo, de 37.  Eles foram presos em flagrante por tortura e levados para delegacia.

A Polícia Civil pediu, com urgência, o exame de corpo de delito do bebê. O resultado vai ajudar a identificar a gravidade dos machucados e determinar se o crime foi qualificado, o que agrava a sua natureza, e aumenta a pena em dois anos. Os pais podem pegar até 13 anos de prisão.

“Os pais informaram que sabiam das condições da criança, porém, não o levaram ao hospital, não tomaram as medidas preventivas. Não foi algo que aconteceu do dia para a noite, tem uns quatro meses. Mesmo nós que estamos acostumados a conviver com situações adversas no dia a dia, foi algo que comoveu todo mundo aqui, é muito excepcional, sai da regra”, disse o delegado adjunto da 64ª DP (São João de Meriti) Tiago Nunes.