Possibilidade de inclusão de 'gênero' no Plano Municipal gera protesto na Câmara
Em meio à polêmica sobre a inclusão ou não da questão que trata a “ideologia de gênero e orientação sexual” na educação alagoana, a Câmara Municipal de Maceió vota, na tarde desta terça-feira (10), o Plano Municipal de Educação.
Durante a votação que conta com a presença de 18 vereadores o texto, que já sofreu diversas alterações, segundo o relator da matéria Chico Filho (PP), não inclui nenhuma referência desse tipo, ainda sim gera confusão entre os edis.
Antes de começar a sessão, representantes de igrejas católicas e evangélicas, bem como membros do movimento Brasil Livre, realizaram um protesto em frente à Câmara e na galeria da Casa de Mário Guimarães. Eles pediram pela não inclusão do tema na preparação dos professores.
Endossando esse posicionamento, o vereador Silvânio Barbosa (PSB) foi quem iniciou as discussões ao questionar o plano a ser votado. Segundo o vereador, a proposta “confunde tudo” e movimenta um investimento na educação que poderia ser gasto com a reforma das unidades de ensino. “A lei que foi publicada no Diário Oficial me deixa em dúvidas. Como um parecer, a lei fala no ponto 11.8 que está sendo aprofundado o processo de formação continuada que nada mais é do que aquele negocinho (sic) de preparar e trenar, gastar milhões com professores e, para isso, eu como professor não concordo com qualquer questão de gênero”, disse o edil.
A opinião do vereador foi tomada por aplausos dos religiosos sendo seguida também pela posição do vereador Marcelo Gouveia (PRB). “Todo mundo aqui fala que a primeira proposta apresentada teve essa questão extirpada pelo prefeito [Rui Palmeira], mas quem garante isso? Tive informação hoje que a Secretaria Municipal de Educação está sim formando professores para a ideologia do gênero, antes do plano ser aprovado por aqui”, denuncia.
De acordo com o relator do processo, o vereador Chico Filho, essa discussão é inválida, pois a proposta foi republicada com as devidas correções dos itens considerados “transversais”. “Nós tivemos o cuidado de dar um parecer que refletisse o desejo da população alagoana. Alguns termos vistos no anexo da primeira proposta e que poderiam dar uma dupla interpretação foram solicitados ao prefeito para ser retirados. Tudo de modo que não houvesse prejuízo”, disse Chico Filho. O relator tem o apoio dos vereadores Silvio Camelo (PV) e Heloísa Helena (Rede).
Presidente do GGAL lamenta confusão sobre “ideologia de gênero”
Acompanhando a sessão na tarde de hoje, o presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, também se pronunciou sobre o assunto e ressaltou que não há no projeto nada que faça referência a uma possível “ideologia de gênero”. “Eles batem na questão de gênero, mas na verdade o texto só fala da igualdade de gênero entre homens e mulheres, ninguém quer falar sobre essa ‘ideologia de gênero’ divulgada por movimentos fascistas que, inclusive, apresentam materiais falsificados. O que se quer implantar são medidas sócio-educativas”, salienta