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Governo federal cria força-tarefa para combater casos de microcefalia

Grupo, formado por 17 ministérios, já atuou durante a pandemia da Gripe A.

Ilustração

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O governo federal vai reativar uma força-tarefa, integrada por 17 ministérios, para tentar conter o avanço dos casos no Nordeste de microcefalia, condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal.

Os trabalhos do grupo, que é o mesmo que atuou durante a pandemia da Gripe A, devem começar nesta semana. Além do Ministério da Saúde, a Defesa e as Forças Armadas estão entre as pastas que farão parte da ação conjunta.

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o grupo irá aprofundar os estudos para saber se os casos de microcefalia estão mesmo relacionados ao surto do zika vírus.

“Essa é uma ação que tem que ser multissetorial, tem que envolver vários ministérios nessa ação e têm que estar participando dela a União, os estados, os municípios e principalmente, sobretudo, a sociedade”, disse o ministro na sexta-feira (20) após se reunir em Salvador com secretários de Saúde dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, onde foram registrados casos de microcefalia. A Paraíba também teve registros de bebês com a má-formação.
Outra frente de atuação da força-tarefa, de acordo com o ministro, será envolver a sociedade no combate ao mosquito Aedes Aegypti, que transmite o zika vírus, a dengue e a chikungunya.
“Se a comunidade não se mobilizar para enfrentar esse vetor, esse mosquito que transmite doenças tão graves, que matam, que deixam deformidade, que deixam sequela, o caso só pode é se agravar”, ressaltou Castro.

Pernamubuco é o estado com o maior número de casos de microcefalia. Enquanto em 2014 foram 12 casos em recém-nascidos, neste ano já se têm notícia de 268 ocorrências.
Na semana passada, o governo declarou estado de emergência em saúde pública por causa do surto. A medida serve para garantir que os serviços de saúde tratem a questão da microcefalia com prioridade.
Líquido amniótico
A relação entre o zika vírus e a má-formação genética ganhou força porque o microorganismo foi identificado em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada. Exames laboratoriais encontraram o vírus no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.

O zika é da mesma família do vírus da dengue, porém menos agressivo, e foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril deste ano. Ele não tem cura ou vacina identificada até o momento. Por conta disso, o Ministério da Saúde orienta que grávidas ou mulheres que pretendem engravidar tenham “cuidado redobrado” para evitar infecções virais.
O ministério afirma que ainda não recebeu dados de outras unidades da federação que apontem uma escalada de microcefalia em recém-nascidos, embora outros estados também tenham registrado casos de zika vírus.