Modelo de crédito na Google Play segue o de recarga pré-paga para celular. Brasil é o único país a ter essa opção; valores variam de R$ 15 a R$ 100.
O alto índice de celulares pré-pagos e a baixa penetração de clientes com cartão de crédito no Brasil fizeram o Google criar um meio de comprar aplicativos e outros conteúdos digitais exclusivo para o país. Os donos de aparelhos Android agora podem carregar créditos pré-pagos para gastar na Google Play.
Em funcionamento no país desde a semana passada, o modelo segue o das recargas de celular pré-pago, 75% das linhas no país. “A mesma maquininha no estabelecimento que serve para fazer o crédito telefônico vai fazer a recarga para o Google Play”, conta Cristiano Andrade, gerente de parcerias de varejo do Google.
Oferecidas em 230 mil estabelecimentos em todo o país, as recargas chegarão a 300 mil pontos em todo o país até dezembro. “Tem ponto de recarga no Oiapoque [no Amapá] e no Chuí [Rio Grande do Sul]”, brinca Andrade.
O Brasil é o segundo país que mais baixa aplicativos na Google Play, atrás apenas dos EUA, aponta a consultoria App Annie. O brasileiro, por outro lado, não costuma baixar conteúdos que sejam pagos. “A maioria baixa somente app gratuito ou às vezes não consegue consumir dentro dele”, diz o diretor.
Parte do problema, segundo o Google, é que a venda é debitada no cartão de crédito, um produto bancário ainda pouco disseminado no país.
A solução, conta Andrade, foi encontrada nos próprios aparelhos que rodam o sistema operacional da empresa. “A gente sabe que a maior parte dos Androids é pré-paga.”
Diferentemente do que ocorre com as recargas pré-pagas de celular, os créditos não são automaticamente computados na conta dos usuários na Google Play. Após fazer a operação, o usuário recebe um código que deve ser inserido na loja. Os valores podem ser de R$ 15, R$ 30, R$ 50 e R$ 100.
Para expandir a compra a mais usuários, o Google já havia passado a aceitar cartões de crédito nacionais e pagamentos em real. No ano passado, lançou vales-presentes. Segundo Andrade, a maior parte das pessoas que compram esses cupons são usuários que nunca tinham adquirido conteúdos pagos antes. “Estamos chegando a pessoas novas”, afirmou.